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quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Retomar bons hábitos

Adquirir hábitos saudáveis depende de uma declaração de guerra. Não contra outras pessoas, mas contra os próprios instintos e limitações.
Há autores contemporâneos que tratam do tema com genialidade e estética. Apontam o verdadeiro alvo de nossos esforços, ou seja, nós mesmos. Elio D'anna chama de "o antagonista" no seu excelente livro School for Gods. Steven Pressfield denomina "resistência" no War of Art.
Há autores antigos que representaram o valor da guerra interior em épicos -Bhagavad Gita, Odisseia- e em textos de racional linguagem -Kant, em A Metafísica dos Costumes. Platão igualmente, já no primeiro capítulo de suas Leis, aborda o assunto.
Charles Duhigg, em O Poder do Hábito, menciona a sequencia de gatilho, rotina e recompensa capaz de explicar neurologicamente os hábitos. Essa sequencia também pode ser utilizada como método para o estabelecimento de novos hábitos. Mas ainda assim precisamos de uma forte vontade para iniciar o processo. Ou seja, com explicação neurológica ou sem ela, trata-se de uma batalha interna.
E para voltar a fazer coisas que se fazia antes pode ser ainda mais difícil. Sobrepõe-se à preguiça pensamentos de que você não é mais como era antes ou sentimentos de que não deveria mais se preocupar com essas coisas do passado.
Só que recuperar hábitos saudáveis, voltar a atividades que são boas para nós, não pode ser uma negociação com a dúvida. Tem de ser uma decisão limpa, voluntariosa, espiritual. Temos de submeter a própria personalidade pela determinação de buscar o que é bom. Temos de vencer nossos preconceitos, hesitações e choradeiras.
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E o gostinho de vencer a si mesmo é maior do que o de vencer os outros. É como voltar a jogar futebol toda semana. Ganhar do time adversário é sempre bom, mas o simples fato de retomar o esporte é ainda melhor.

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