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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Desesperança - mal do século?

Não deste século, mas inclusive deste. A desesperança com os líderes é crônica e se reflete como um mal do século, lembrando a característica pessimista dos poetas do romantismo.
Talvez por incompetência e falta de preparo dos atuais chefes; talvez por propaganda direcionada contra a possibilidade de termos bos chefes; talvez por uma crisa maior - a crise de valores e de educação; talvez por falta de imaginação e inteligência das pessoas; poucos são os que confiam nas lideranças.
Barbara Kellerman, em seu livro The End of Leadership, explorou com um pouco de profundidade o assunto e descreveu o processo, iniciado com a decadência da autoridade, somado à "horizontalização" das relações entre líderes e seguidores, concluindo (com apoio da tecnologia) com a quase inversão do fenômeno da liderança. Há casos, hoje, em que os chefes é que estão submetidos aos seus subordinados.
Seja como for, não podemos considerar a falta de esperança de que podemos, sim, ter bons líderes, algo irrelevante. É grave. Podendo se tornar um pessimismo coletivo de que as organizações não têm futuro. Ou alguém realmente acha que não são necessários líderes? Bakunin e os teóricos da anarquia também pensavam assim. O problema é que a teoria não se encontra bem com a prática. A liderança é necessária. Mais ainda: a BOA liderança é necessária.
Você acredita nisso? Você tem a visão de que podemos (e devemos) ter líderes, bons líderes? Ou você já foi pego pelo mal do século e pensa que não podem haver líderes justos, inteligentes, humanos e eficazes?
Cuidado, os poetas pessimistas do romantismo morriam cedo. E normalmente bêbados.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Contribuições da Psicanálise

Tenho lido Kets de Vries e outros psicanalistas que estudam a liderança.
Algumas contribuições são de se destacar...
Em primeiro lugar, estes pesquisadores têm mantido o foco sobre a figura do líder, equilibrando a tendência (quase radical) dos últimos anos em visualizar os seguidores e o contexto, quase descaracterizando a liderança como uma relação vertical (líder-liderado) e, num afã horizontal, tornar tudo e todos iguais. Gosto de lembrar Aristóteles, quando dizia que a maior injustiça é tratar igualmente os desiguais. E, por evidência empírica, a relação de influência entre líder e liderados é desigual. E aí está outra contribuição dos psicanalistas...
Como o líder está sempre sob pressão, surgem muitos "fantasmas" psíquicos que o acompanham e Kets de Vries os classifica fazendo uso dos famosos termos - obsessão, compulsão, paranóia, narcisismo, etc. Como não sou discípulo de Freud, prefiro utilizar outra linguagem. Mas a verdade é que é realmente importante compreender que nem sempre o comportamento do chefe é desagradável por má intenção. Pode ser por uma luta interna que ele próprio desempenha com estes fantasmas, procurando, por exemplo, não cair no autoritarismo, nem perder o controle; não sentir-se um impostor, mantendo sua auto-estima; não virar um astro que sempre está sob os holofotes, porém preservar sua visibilidade como o responsável pela empreitada. E daí deriva uma outra questão sombria...
Os chamados 3 Ss - status, sexo, salário - são como demoniozinhos que rondam as posições de poder. Depende do caráter e de uma série de relações psicológicas, novamente desembocando numa terrível luta interior, para saber se o líder vai sustentar-se ou vai se corromper. Projeções, negações, síndromes e outras nomenclaturas do universo freudiano se apresentam. A patologia pode se instalar. A liderança é atividade de risco. Assim como o médico cuida para manter-se higienizado e são, ao trabalhar num hospital, o líder deverá manter-se lúcido e centrado, em todo contexto.
E ainda há os que consideram os (bons) líderes como pessoas comuns, iguais. Isso seria inveja? Falta de experiência de vida? Ciúme? Ignorância? Freud explica...

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Estilo de Liderança - DISCIPLINA

Ter vontade para fazer algo é imprescindível. E depois de tantos anos trabalhando como consultor de empresas e convivendo com empresários e diretores, pude distinguir facilmente uma série de tipos (sim, esterótipos, não estilos) de líderes. Numa dessas classificações, podemos enquadrar a tipologia dos que têm vontade e dos que mantém a vontade. Pois o problema mais frequente parece ser a DISCIPLINA - ou a falta dela.
É difícil manter o rumo e continuar insistindo num projeto. Da mesma forma, é difícil cultivar um comportamento novo. É desafiados mudar hábitos. É incrivelmente problemático perseverar nos objetivos, para além das circunstâncias. Seres humanos são espécies com inércia - a resistência, de Pressfield.
Vencer a impulsividade, o medo, a incerteza, o ceticismo é uma batalha diária para muitos líderes. E às vezes - a maioria das vezes - também é preciso educar os seus liderados para que superam isso. Não basta o líder estar com mentalidade de êxito e manter o rumo, com DISCIPLINA. A equipe toda vai ter de ver também, e ajudar. Do contrário, vão atrapalhar. Mas tudo é responsabilidade da liderança. Quem mandou estar à frente do grupo...
Para quem está, fica a dica: sejam D-I-S-C-I-P-L-I-N-A-D-O-S e firmes no rumo. Rumo à vitória. Sem  outras opções.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Estilo de Liderança - AMBIENTE

O ambiente se molda de acordo ao estilo de cada pessoa.
A mesa de trabalho, o home office, os lugares que frequenta, as pessoas à sua volta, dizem como você é. Há limites para essa avaliação? Claro que sim. Por exemplo, enquanto estou indo de um ambiente ("meu") para outro ambiente (também "meu") eu passo por diversos lugares que podem não ter nada a ver comigo. Posso também agendar uma reunião em um café à escolha do meu cliente (como será daqui a 11 minutos...). Mas quando observamos o padrão de ambientes para aquela pessoa podemos sim deduzir seu estilo.
Especialmente quando a decoração e a escolha dependem exclusivamente de você, por que não dar a devida atenção? Que objetos você põe na mesa? Que canetas comprou? Como é seu notebook? E a cadeira em que você senta? Que livros tem à disposição e à vista? Que fotos? Que quadros arranjou na parede?
Uma dica é dar uma olhada em sites de arquitetura, design e decoração. Sempre há idéias muito legais que servem de inspiração.
Como está seu entorno? Ele diz muito de você.
Para os líderes: lembrem que há muita comunicação subconsciente... Defina seu entorno em coerência com sua identidade, seus liderados podem entendê-lo melhor. E você vai ser mais alegre.