Não se pode desenvolver uma boa imagem profissional dissociada de uma autêntica identidade profissional.
Os antigos gregos usavam um binômio para explicar isso: ETHOS-ESTETHOS. Daí podemos compreender a relação entre ética e estética, ou entre o Bem e o Belo. Filosoficamente são duas idéias (ou arquétipos) associados pela sua própria ontologia, são como dois seres irmãos. Um é interno, outro é externo.
Assim, um líder que quer ganhar projeção na empresa precisa entender que isso é bem difícil se não estiver, primeiro, dedicado a desenvolver uma sólida base de competências e de caráter. Além de difícil, é perigoso. Se não der certo, melhor. Se der certo, terá um problemão: sustentar uma imagem artificial, perante as pessoas, perante a organização, perante si mesmo.
Dito isso, partindo do pressuposto de que está assimilado modelo binário de Identidade-Imagem, seguem algumas recomendações:
- é necessário não só saber das coisas, mas também expressar isso. Ou seja, é preciso comunicar-se e compartilhar. O isolamento não ajuda em nada (mesmo pensando para si mesmo que sabe que os outros...);
- como estratégia de marketing pessoal, procure deixar claro o seu diferencial. É certo que todos temos várias habilidades e conhecimentos, mas as pessoas não guardam nas suas mentes imagens complexas... Assim, é preciso facilitar o processo, construindo uma marca pessoal baseada em duas ou três características principais. Você se destaca em negociação? É imbatível na análise financeira? É o melhor da empresa em orientar e dar feedback? É desatacado como gerente de projetos? É capaz de resolver mil pequenos problemas ao mesmo tempo?
- definido isso, seja corajoso e busque desafios coerentes com suas competências principais. Exponha-se! Procure "sarna para se coçar"...
- e paciência: acumule, ao longo do tempo, fatos bem concretos que sustentem seus diferenciais. Isso é o verdadeiro currículo. Daí pode então pensar em ganhar projeção.
O resto vai depender da organização em que você está, do setor, do estágio de maturidade da empresa, de como estão indo os negócios, etc. Mas isso é outra história, fica para outro post.
quinta-feira, 30 de maio de 2013
terça-feira, 28 de maio de 2013
Assumi um cargo de chefia...
Apesar de que o nome do cargo não é indicativo (nem garantia) de que se está a liderar, é certo que na maioria dos casos a carreira do líder começa a ganhar forma quando é promovido a uma função explícita de chefia. Pode ser supervisor, coordenador, líder técnico, gerente, ou outro nome; o fato é que isso demarca, para muitos, um episódio e tanto na estrada profissional.
Algumas dicas para os primeiros 90 dias, então:
- em primeiríssimo lugar: faça o feijão-com-arroz. A inovação tem valor, mas primeiro conheça o terreno e comece a construir autoridade (pois ela não vem do cargo!);
- segundo, continua focado em acumular autoridade (moral!) a partir de dois principais pilares: conhecimento técnico e trabalho, muito trabalho.
- siga dando o exemplo sempre, encarnando o axioma confuciano de que o líder é aquele que vai à frente, mostrando como se faz. A coragem, a iniciativa, a disciplina vão ser úteis para conseguir a adesão dos integrantes da equipe;
- agora algo fundamental: conheça seu time! Em profundidade, o que significa que você vai ter de dedicar tempo e energia para conversar e entender o ponto de vista particular de cada um.
- desenvolva, paulatinamente, uma agenda coletiva para administrar o tempo e dar ritmo de trabalho.
- crie uma "mitologia de grupo", isto é, defina metas e uma visão de futuro inspiradora, baseada em valores humanos e em desafios que sejam atingíveis mas, sobretudo, estimulantes.
- por fim, seja você mesmo! Jamais tente ser algo que não está de acordo à sua íntima natureza. Liderança tem a ver com autenticidade.
Essas são as dicas para os primeiros 90 dias. Depois desses três meses, com certeza já vai estar ambientado e então poderá inovar, propor mudanças, ousar, etc.
Boa sorte!!
Algumas dicas para os primeiros 90 dias, então:
- em primeiríssimo lugar: faça o feijão-com-arroz. A inovação tem valor, mas primeiro conheça o terreno e comece a construir autoridade (pois ela não vem do cargo!);
- segundo, continua focado em acumular autoridade (moral!) a partir de dois principais pilares: conhecimento técnico e trabalho, muito trabalho.
- siga dando o exemplo sempre, encarnando o axioma confuciano de que o líder é aquele que vai à frente, mostrando como se faz. A coragem, a iniciativa, a disciplina vão ser úteis para conseguir a adesão dos integrantes da equipe;
- agora algo fundamental: conheça seu time! Em profundidade, o que significa que você vai ter de dedicar tempo e energia para conversar e entender o ponto de vista particular de cada um.
- desenvolva, paulatinamente, uma agenda coletiva para administrar o tempo e dar ritmo de trabalho.
- crie uma "mitologia de grupo", isto é, defina metas e uma visão de futuro inspiradora, baseada em valores humanos e em desafios que sejam atingíveis mas, sobretudo, estimulantes.
- por fim, seja você mesmo! Jamais tente ser algo que não está de acordo à sua íntima natureza. Liderança tem a ver com autenticidade.
Essas são as dicas para os primeiros 90 dias. Depois desses três meses, com certeza já vai estar ambientado e então poderá inovar, propor mudanças, ousar, etc.
Boa sorte!!
quinta-feira, 23 de maio de 2013
Teorias de Liderança - onde está a verdade?
Teoria vem do grego e significa uma visão sobre as coisas. Assim, uma teoria é útil quando oferece uma visão clara sobre um assunto. Não precisa ser total e completa. Se ajuda a compreender já serve como uma boa teoria.
As teorias de liderança abundam em livrarias com nomes de autores de diversos lugares e momentos da história. Nenhuma delas é completa, mas elas todos, no seu conjunto, são muito úteis para compreender o fenômeno da liderança.
Somam-se contribuições da história, antropologia, psicanálise, psicologia, sociologia, ciência política, administração, biologia, entre tantas áreas do conhecimento que permitem ver o indivíduo e as relações humana através das suas particulares lentes. Os líderes podem se apropriar dessas visões para expandir a sua própria. Pois a verdade nunca será encontrada pelos olhos alheios. Na realidade, a verdade está dentro de cada um, na medida em que pode constatar, pelas suas vivências e pelo seu entendimento, como funcionam as coisas. Claro que não será a verdade absoluta... Mas já serve. E a prova disso não estará em novas teorias, mas na prática do dia-a-dia, dando o exemplo, constatando por si mesmo que é verdadeiro e que é falso. O exercício consciente dessas verdades próprias de cada um confere veracidade ao deixar seus rastros na história. Por fim, é o tempo quem aprova ou desaprova.
----
Pergunto: em base ao teste do tempo, não seriam Platão e Confúcio mais verazes que muitos autores que não vêem suas teorias sobreviverem? Não seria a visão clássica a mais atual de todas? Não estaria a verdade mais próxima das visões desses filósofos do que do intelectualismo enfadonho de tantos modernos "pensadores"? Qual é a sua visão sobre tudo isso?
As teorias de liderança abundam em livrarias com nomes de autores de diversos lugares e momentos da história. Nenhuma delas é completa, mas elas todos, no seu conjunto, são muito úteis para compreender o fenômeno da liderança.
Somam-se contribuições da história, antropologia, psicanálise, psicologia, sociologia, ciência política, administração, biologia, entre tantas áreas do conhecimento que permitem ver o indivíduo e as relações humana através das suas particulares lentes. Os líderes podem se apropriar dessas visões para expandir a sua própria. Pois a verdade nunca será encontrada pelos olhos alheios. Na realidade, a verdade está dentro de cada um, na medida em que pode constatar, pelas suas vivências e pelo seu entendimento, como funcionam as coisas. Claro que não será a verdade absoluta... Mas já serve. E a prova disso não estará em novas teorias, mas na prática do dia-a-dia, dando o exemplo, constatando por si mesmo que é verdadeiro e que é falso. O exercício consciente dessas verdades próprias de cada um confere veracidade ao deixar seus rastros na história. Por fim, é o tempo quem aprova ou desaprova.
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Pergunto: em base ao teste do tempo, não seriam Platão e Confúcio mais verazes que muitos autores que não vêem suas teorias sobreviverem? Não seria a visão clássica a mais atual de todas? Não estaria a verdade mais próxima das visões desses filósofos do que do intelectualismo enfadonho de tantos modernos "pensadores"? Qual é a sua visão sobre tudo isso?
segunda-feira, 20 de maio de 2013
Estratégia e Execução
Essa comum dicotomia talvez não exista na prática.
A formulação ou concepção da estratégia como tarefa mental isolada não é real... O dia-a-dia de um líder integra necessariamente o pensamento abstrato e o concreto de tal modo que não é fácil discernir quando se está elaborando e quando se está acompanhando a execução da estratégia. Ou seja, na prática gerencial, seja no alto escalão ou no comando de uma célula no chão-de-fábrica, as coisas andam tão juntas que a teoria convencional das escolas de administração torna-se alienante....
Cynthia Montgomery, no simpático livrinho "O Estrategista", tem uma frase admirável a esse respeito: "Muitas pessoas acreditam que o trabalho principal do estrategista é pensar. Não é. A tarefa número um é definir um programa e tornar a empresa capaz de executá-lo".
Assim, uma referência para sabermos se estamos atuando como estrategistas é a integração das ações e do acompanhamento das ações da equipe com a visão abstrata. Talvez a palavra seja COERÊNCIA estratégica, como alguns autores têm usado. Essa coerência exige um esforço de liderança tremendo, pois é muito fácil o sistema todo se desarranjar...
A formulação ou concepção da estratégia como tarefa mental isolada não é real... O dia-a-dia de um líder integra necessariamente o pensamento abstrato e o concreto de tal modo que não é fácil discernir quando se está elaborando e quando se está acompanhando a execução da estratégia. Ou seja, na prática gerencial, seja no alto escalão ou no comando de uma célula no chão-de-fábrica, as coisas andam tão juntas que a teoria convencional das escolas de administração torna-se alienante....
Cynthia Montgomery, no simpático livrinho "O Estrategista", tem uma frase admirável a esse respeito: "Muitas pessoas acreditam que o trabalho principal do estrategista é pensar. Não é. A tarefa número um é definir um programa e tornar a empresa capaz de executá-lo".
Assim, uma referência para sabermos se estamos atuando como estrategistas é a integração das ações e do acompanhamento das ações da equipe com a visão abstrata. Talvez a palavra seja COERÊNCIA estratégica, como alguns autores têm usado. Essa coerência exige um esforço de liderança tremendo, pois é muito fácil o sistema todo se desarranjar...
sexta-feira, 17 de maio de 2013
Ritmos e Contra-ritmos
Um desafio do dia-a-dia para qualquer profissional é manter-se ativo o tempo todo. Pode ser até que estejamos "no trabalho", mas não necessariamente "produzindo". O desempenho individual depende de muita concentração, atenção e a preservação de uma dinâmica constante, apesar das variações próprias do ritmo do dia.
Uma dica: há que desenvolver uma habilidade de atuar com ritmos e contra-ritmos. Isso aprendi nas artes marciais... No treinamento é impossível manter a mesma carga ou exercício durante várias horas. No entanto, é plenamente possível variar os exercícios. Assim, enquanto um músculo descansa, podemos utilizar outros... Analogamente, podemos variar o uso dos neurônios...
Assim, depois de 3 horas na tela do notebook, pode-se aproveitar para pôr os papéis em ordem (alguma ordem!); depois disso, dá para retornar ligações; depois, fazer aquela reunião na empresa; depois, vamos para o cliente; depois, voltamos para o computador; e assim por diante. Fica mais fácil manter-se em alta intensidade de trabalho variando as tarefas, com ritmos e contra-ritmos.
Fica a dica.
Uma dica: há que desenvolver uma habilidade de atuar com ritmos e contra-ritmos. Isso aprendi nas artes marciais... No treinamento é impossível manter a mesma carga ou exercício durante várias horas. No entanto, é plenamente possível variar os exercícios. Assim, enquanto um músculo descansa, podemos utilizar outros... Analogamente, podemos variar o uso dos neurônios...
Assim, depois de 3 horas na tela do notebook, pode-se aproveitar para pôr os papéis em ordem (alguma ordem!); depois disso, dá para retornar ligações; depois, fazer aquela reunião na empresa; depois, vamos para o cliente; depois, voltamos para o computador; e assim por diante. Fica mais fácil manter-se em alta intensidade de trabalho variando as tarefas, com ritmos e contra-ritmos.
Fica a dica.
quinta-feira, 16 de maio de 2013
Encontrando a si mesmo
Encontrando Forrester é um dos melhores filmes que já assisti. Nele, Sean Connery, em atuação impecável - para variar - é um escritor que estava em seu ostracismo voluntário quando um jovem escritor (ou que queria ser escritor) encontra-o. Numas das mais belas passagens do filme, pela sua singeleza, o rapaz pergunta-o o que deveria fazer para aprender a escrever. Forrester, o velho escritor, reponde-lhe: escreva, simplesmente escreva.
Encontrar a si mesmo deve ser um exercício assim. Protagonizado por cada um de nós, exercitando nossos talentos e trazendo à tona, pelo esforço e pelo trabalho, o melhor de nós. E só há um jeito mesmo de fazer isso: atuando, expressando-se, escrevendo, como na metáfora do escritor.
Assim, atue, expresse-se, escreva. Seja você mesmo. Mais e mais.
Encontre-se, saia do ostracismo - voluntário ou não.
Dê ao mundo o que o mundo espero de você...
Encontrar a si mesmo deve ser um exercício assim. Protagonizado por cada um de nós, exercitando nossos talentos e trazendo à tona, pelo esforço e pelo trabalho, o melhor de nós. E só há um jeito mesmo de fazer isso: atuando, expressando-se, escrevendo, como na metáfora do escritor.
Assim, atue, expresse-se, escreva. Seja você mesmo. Mais e mais.
Encontre-se, saia do ostracismo - voluntário ou não.
Dê ao mundo o que o mundo espero de você...
Ativismo social muda o mundo?
Não creio que haja tanta diferença entre as multidões que se reúnem hoje - a partir das redes sociais da internet ou através de qualquer outro meio - para fazer passeatas e tudo o mais e as gentes francesas revolucionárias... sejam as do final do século XIX, sejam as de maio de 68.
A verdade é que esses episódios derramam lágrimas (e às vezes sangue) e promovem rupturas violentas cuja duração é muito questionável. Vejamos:
- logo após a Revolução Francesa, voltam os Luíses ao trono.
- logo após Maio de 68, os estudantes voltam para as universidades ler os mesmos livros.
- logo após o Impeachment, no Brasil, a geração "cara pintada" volta a envergonhar-se com a corrupção no país.
- logo após qualquer movimento de massa, perguntamo-nos: isso realmente muda o mundo?
Com internet e redes sociais, pode ser ainda mais estranho, dada a alienação típica desse pessoal que vive uma vida virtual por excelência.
Talvez o ativismo social tenha uma participação na formação das sociedades e até da subjetividade de cada indivíduo que dele participa, mas não creio que isso possa mudar o mundo. A história mostra que essas movimentações ocultam mais do que mostram as verdadeiras forças que orientam as massas.
Portanto, que tal deixar de ser massa?!
O indivíduo consciente, que, antes de tudo se esforça por mudar a si mesmo, esse é o verdadeiro ator da história. Seja liderando, seja seguindo. Já não importa, pois está fazendo suas escolhas. E elas, pelo menos para ele, podem ser duradouras.
A verdade é que esses episódios derramam lágrimas (e às vezes sangue) e promovem rupturas violentas cuja duração é muito questionável. Vejamos:
- logo após a Revolução Francesa, voltam os Luíses ao trono.
- logo após Maio de 68, os estudantes voltam para as universidades ler os mesmos livros.
- logo após o Impeachment, no Brasil, a geração "cara pintada" volta a envergonhar-se com a corrupção no país.
- logo após qualquer movimento de massa, perguntamo-nos: isso realmente muda o mundo?
Com internet e redes sociais, pode ser ainda mais estranho, dada a alienação típica desse pessoal que vive uma vida virtual por excelência.
Talvez o ativismo social tenha uma participação na formação das sociedades e até da subjetividade de cada indivíduo que dele participa, mas não creio que isso possa mudar o mundo. A história mostra que essas movimentações ocultam mais do que mostram as verdadeiras forças que orientam as massas.
Portanto, que tal deixar de ser massa?!
O indivíduo consciente, que, antes de tudo se esforça por mudar a si mesmo, esse é o verdadeiro ator da história. Seja liderando, seja seguindo. Já não importa, pois está fazendo suas escolhas. E elas, pelo menos para ele, podem ser duradouras.
terça-feira, 14 de maio de 2013
Conhecer sentimentos
É fundamental o líder conhecer sentimentos. Como poderia liderar um grupo caso não tivesse a competência para desvendar o emocional de cada um?
Só que, para conhecer os sentimentos, precisa tê-los sentido antes. A liderança é um fenômeno das relações humanas, logo, sua substância é toda humana. Os bons líderes são experimentados pela vida. Ganharam vivências de dor e prazer e acumularam repertório suficiente para ter EMPATIA - colocar-se no lugar do outro.
A frieza não faz um líder. Faz um idiota que só comanda em nome do seu cargo (quando muito). Normalmente, é ridicularizado pelas costas. Isso não é um líder. (Esse coitado precisa de ajuda).
Também não se trata de ser romântico. O romantismo também não faz bons líderes. Talvez faça bons artistas (ou não, há quem não goste dos românticos...).
Conhecer sentimentos não implica em ser "sentimentalóide" (isso é romantismo). Implica em ter certas virtudes próprias de quem acumulou experiência de vida e pode, com ela, compreender as demais pessoas à sua volta. E, daí, liderá-las.
---
Um exercício interessante: há uma infinidade de sentimentos possíveis de serem sentidos. Conhecê-los é especificá-los. Cinema, música, museus, livros e poesia ajudam muito. São formas de reproduzir em nós, através da arte, sentimentos específicos. Por exemplo: amizade, rancor, saudade, tristeza, medo, ansiedade, angústia, tranquilidade, leveza, raiva, surpresa, etc. E a cada vez que reproduzimos um destes sentimentos, devemos observar o que ele provoca em nós. Com isso, será mais fácil entender por que as pessoas são como são.
Só que, para conhecer os sentimentos, precisa tê-los sentido antes. A liderança é um fenômeno das relações humanas, logo, sua substância é toda humana. Os bons líderes são experimentados pela vida. Ganharam vivências de dor e prazer e acumularam repertório suficiente para ter EMPATIA - colocar-se no lugar do outro.
A frieza não faz um líder. Faz um idiota que só comanda em nome do seu cargo (quando muito). Normalmente, é ridicularizado pelas costas. Isso não é um líder. (Esse coitado precisa de ajuda).
Também não se trata de ser romântico. O romantismo também não faz bons líderes. Talvez faça bons artistas (ou não, há quem não goste dos românticos...).
Conhecer sentimentos não implica em ser "sentimentalóide" (isso é romantismo). Implica em ter certas virtudes próprias de quem acumulou experiência de vida e pode, com ela, compreender as demais pessoas à sua volta. E, daí, liderá-las.
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Um exercício interessante: há uma infinidade de sentimentos possíveis de serem sentidos. Conhecê-los é especificá-los. Cinema, música, museus, livros e poesia ajudam muito. São formas de reproduzir em nós, através da arte, sentimentos específicos. Por exemplo: amizade, rancor, saudade, tristeza, medo, ansiedade, angústia, tranquilidade, leveza, raiva, surpresa, etc. E a cada vez que reproduzimos um destes sentimentos, devemos observar o que ele provoca em nós. Com isso, será mais fácil entender por que as pessoas são como são.
quinta-feira, 9 de maio de 2013
Se minha empresa falasse...
Sinopse sobre o meu livro, da Livraria Cultura:
'Em Se minha empresa falasse...', o autor resolve pôr algumas de suas vivências como consultor no formato de crônicas que sugerem, entre outras histórias, a possibilidade de os executivos e empresários conversarem diretamente com as organizações que comandam. É um estímulo à reflexão inteligente e criativa sobre um dos temas mais complexos do cenário corporativo; a empresa como um ser vivo, seus ciclos de vida e a interação com os agentes de seu meio.
Para comprar: http://www.livrariacultura.com.br/Produto/LIVRO/SE-MINHA-EMPRESA-FALASSE/42111275
'Em Se minha empresa falasse...', o autor resolve pôr algumas de suas vivências como consultor no formato de crônicas que sugerem, entre outras histórias, a possibilidade de os executivos e empresários conversarem diretamente com as organizações que comandam. É um estímulo à reflexão inteligente e criativa sobre um dos temas mais complexos do cenário corporativo; a empresa como um ser vivo, seus ciclos de vida e a interação com os agentes de seu meio.
Para comprar: http://www.livrariacultura.com.br/Produto/LIVRO/SE-MINHA-EMPRESA-FALASSE/42111275
Gestão do Significado
A liderança tem várias dimensões. Desde o seu aspecto técnico, envolvendo maneiras de motivar as pessoas, de como conduzir reuniões de trabalho, como delegar e coordenar tarefas; até o seu ponto mais elevado e profundo, que podemos chamar de gestão do significado.
Para todas as pessoas há (ainda que subconscientemente) um porquê e um significado em seu trabalho. Pode ser a simples aquisição do salário, para os mais simplórios; pode ser a forma de fazer uso do diploma da faculdade; pode ser um modo de expressão de si mesmo, de realização pessoal e cumprimento da sua vocação.
Parte desse entendimento do sentido das coisas, depende dos líderes.
É comum vermos a "capacidade de estabelecer a visão" como uma competência que caracteriza as lideranças. Pois bem, de modo mais humano e básico, isso diz respeito a ajudar os outros na compreensão de si mesmos e dos motivos mais intrínsecos de suas vidas.
No ambiente profissional - que toma quase um terço da vida - é fundamental termos a chance de viver com entusiasmo. E isso depende de ter um porquê para o trabalho. E isso depende de uma ajuda dos líderes que estão à frente, dando a direção e o exemplo.
---
Dica: não se limite a ir à frente, dando a direção e o exemplo. Dedique tempo e energia para conversar de modo franco com seus liderados. Ajude-os a compreender em profundidade que é que os motiva intrinsecamente. É, também, tarefa do líder, gerir o significado das pessoas no trabalho.
Para todas as pessoas há (ainda que subconscientemente) um porquê e um significado em seu trabalho. Pode ser a simples aquisição do salário, para os mais simplórios; pode ser a forma de fazer uso do diploma da faculdade; pode ser um modo de expressão de si mesmo, de realização pessoal e cumprimento da sua vocação.
Parte desse entendimento do sentido das coisas, depende dos líderes.
É comum vermos a "capacidade de estabelecer a visão" como uma competência que caracteriza as lideranças. Pois bem, de modo mais humano e básico, isso diz respeito a ajudar os outros na compreensão de si mesmos e dos motivos mais intrínsecos de suas vidas.
No ambiente profissional - que toma quase um terço da vida - é fundamental termos a chance de viver com entusiasmo. E isso depende de ter um porquê para o trabalho. E isso depende de uma ajuda dos líderes que estão à frente, dando a direção e o exemplo.
---
Dica: não se limite a ir à frente, dando a direção e o exemplo. Dedique tempo e energia para conversar de modo franco com seus liderados. Ajude-os a compreender em profundidade que é que os motiva intrinsecamente. É, também, tarefa do líder, gerir o significado das pessoas no trabalho.
terça-feira, 7 de maio de 2013
Líder Platônico
Para o grande filósofo grego a Educação significava "treinar, desde o berço, na virtude". Assim está expresso, literalmente, na obra As Leis (Nomoi). Já no primeiro capítulo, Platão descreve a necessidade de transformar o medo em Coragem e a busca desenfreada por prazer em Pudor. Sabedor de que é tarefa difícil, o livro segue discorrendo uma metodologia educacional bem completa para garantir o surgimento paulatino de bons cidadãos e grandes lideranças.
A má interpretação das idéias de muitos dos clássicos leva a preconceitos e desinformação. Assim, o "amor platônico" não é bem o que comumente se diz - para isso, recomendo estudo aprofundado do livro "O Banquete". Pensa, o ignorante, que o amor platônico é adorar uma pessoa à distância... Mas trata-se da tendência que o ser humano tem de buscar o divino, o Belo e o transcendente - em si mesmo, nas coisas, na natureza.
Que pensaria então o desconhecedor dos ensinamentos do mestre da academia a respeito de sua visão dos líderes? Ora, não se trata de dirigir os seguidores à distância!! Isso é o que fazem os medíocres chefes contemporâneos. Precisamos mudar isso. Precisamos de líderes que dão o exemplo de virtude - Coragem, Sabedoria, Moderação e Justiça. Precisamos de um líder à maneira de Platão.
Se isso lhe parece difícil de conceber (ou mesmo de tentar ser), saia da frente, por favor. Deixe que aqueles que se dedicam a isso possam passar. E siga-os. É melhor seguir um bom líder do que se fazer de um. Mas, se ainda assim, a vaidade e o orgulho o impedem, então fique na sua adoração à distância...
A má interpretação das idéias de muitos dos clássicos leva a preconceitos e desinformação. Assim, o "amor platônico" não é bem o que comumente se diz - para isso, recomendo estudo aprofundado do livro "O Banquete". Pensa, o ignorante, que o amor platônico é adorar uma pessoa à distância... Mas trata-se da tendência que o ser humano tem de buscar o divino, o Belo e o transcendente - em si mesmo, nas coisas, na natureza.
Que pensaria então o desconhecedor dos ensinamentos do mestre da academia a respeito de sua visão dos líderes? Ora, não se trata de dirigir os seguidores à distância!! Isso é o que fazem os medíocres chefes contemporâneos. Precisamos mudar isso. Precisamos de líderes que dão o exemplo de virtude - Coragem, Sabedoria, Moderação e Justiça. Precisamos de um líder à maneira de Platão.
Se isso lhe parece difícil de conceber (ou mesmo de tentar ser), saia da frente, por favor. Deixe que aqueles que se dedicam a isso possam passar. E siga-os. É melhor seguir um bom líder do que se fazer de um. Mas, se ainda assim, a vaidade e o orgulho o impedem, então fique na sua adoração à distância...
domingo, 5 de maio de 2013
Contemporâneo x Extemporâneo
Que é que pode ser qualificado de contemporâneo? Tudo aquilo
que caracteriza o modus vivendi do mundo atual, no geral, na maioria dos
casos – na média, da massa, da multidão, do povo, do bando, de todo mundo... Ou
seja, o contemporâneo, de um certo ponto de vista, é o comum do momento.
Os líderes – que se lançam à frente e atraem seguidores –
não podem ser comuns; devem ser vanguarda. Pode-se chamar inovação, como hoje
está na moda (mas neste caso vira contemporâneo, logo, na média, comum).
Assim,
se a moda é contemporânea, o líder é clássico, está fora ou aquém dos modismos.
E assim pode se associar e revestir de predicados universais e atemporais,
como: coragem, generosidade, bondade, inteligência, disciplina, humildade,
humanismo, responsabilidade, etc.
Vejam só: as pessoas hoje em dia, de tanto quererem ser
originais e diferentes, acabam sendo como todo mundo. Sem individualidade.
Todos contemporâneos... E há os que acham que o clássico é que é careta.
Não. O clássico é o que venceu o teste do tempo. Excedeu os
limites da moda e do momento. É extemporâneo.
sábado, 4 de maio de 2013
Mudar só por mudar?
Recentemente tive de lutar contra meu apego e modificar algumas coisas numa das organizações que dirijo. Ser diretor implica em ter de fazer o que é necessário, não necessariamente o que gostamos...
A velha resistência às mudanças que toca todo ser humano acusa o golpe quando mudamos móveis de lugar, alteramos o lay-out das salas, invertemos o fluxo do movimento das pessoas. É bem concreto, e bem subjetivo também.
Dá para ver como o visual e o concreto implicam em símbolos que nos indicam valores - pessoais e coletivos. Por exemplo, a arquitetura, a decoração, a arte, o paisagismo, mexem com sentimentos que influenciam a atitude dos "usuários" daquele espaço.
Mas não se pode mudar só por mudar. Por um afã de emoções quaisquer... A mudança tem de ter sentido, justamente pelo poder psicológico que encerra. Isso requer direcionamento. Requer um sentido, uma teleologia para as coisas.
---
Refleti sobre essa última experiência junto com alguns amigos e, dialogando, cheguei a ver uma coisa importante: não mudamos só por mudar. Mudamos por que era o que deveria ser feito. Era nessa direção que tínhamos de ir.
A inovação ou a mudança por mudar pode ser perda de tempo... Felizes dos líderes e dos seus liderados quando têm um sonho, um objetivo ou um destino claro para onde estão indo. Aí a mudança ganha valor.
quinta-feira, 2 de maio de 2013
Opinião não é conhecimento
Em grego (episteme, conhecimento) temos uma clara diferença de doxa, opinião. Um pesquisador chamado Viktor de Sallis sustenta que a melhor tradução seria "pendor", ao invés de opinião. Às vezes eu denomino em palestras de "tendência", como um resultado de paradigmas e preconceitos (que todos nós temos, diga-se de passagem). Mas, seja lá como se prefere traduzir, como diria Platão, "doxa não é episteme".
Para sabermos o que realmente conhecemos e o que é só uma opinião ou tendência ou pendor ou qualquer coisa que não é conhecer, sugiro refletir ao contrário do que normalmente se faz: ao invés de pensar em acúmulo de dados e informações, proponho identificar a ausência de limitações, preconceitos e rigidez. Quanto mais aberta e clara está a mente em relação a um certo assunto, mais estamos próximos do conhecimento. Por outro lado, quanto mais rígida, fechada e confusa, mais estamos perto da opinião.
A falsa sensação de conhecer as coisas não é realmente conhecer. Falar por falar pode ser simplesmente vulgar; ou enrolação. E é interessante que às vezes, nas relações do cotidiano, os que mais sabem são os que menos se expõem.
Opinião não é conhecimento - busquemos conhecer, não opinar. Isso exige uma atitude e um compromisso. Não é brincadeira de criança.
---
Hoje em dia todo mundo pede-nos uma opinião, já perceberão? Qual sua opinião sobre a Petrobrás não dar o lucro que devia? Qual sua opinião sobre a Venezuela? Qual sua opinião sobre física quântica? Qual sua opinião sobre a escalação do time do Felipão?
Seria um mundo melhor se nos pedissem conhecimento...
Para sabermos o que realmente conhecemos e o que é só uma opinião ou tendência ou pendor ou qualquer coisa que não é conhecer, sugiro refletir ao contrário do que normalmente se faz: ao invés de pensar em acúmulo de dados e informações, proponho identificar a ausência de limitações, preconceitos e rigidez. Quanto mais aberta e clara está a mente em relação a um certo assunto, mais estamos próximos do conhecimento. Por outro lado, quanto mais rígida, fechada e confusa, mais estamos perto da opinião.
A falsa sensação de conhecer as coisas não é realmente conhecer. Falar por falar pode ser simplesmente vulgar; ou enrolação. E é interessante que às vezes, nas relações do cotidiano, os que mais sabem são os que menos se expõem.
Opinião não é conhecimento - busquemos conhecer, não opinar. Isso exige uma atitude e um compromisso. Não é brincadeira de criança.
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Hoje em dia todo mundo pede-nos uma opinião, já perceberão? Qual sua opinião sobre a Petrobrás não dar o lucro que devia? Qual sua opinião sobre a Venezuela? Qual sua opinião sobre física quântica? Qual sua opinião sobre a escalação do time do Felipão?
Seria um mundo melhor se nos pedissem conhecimento...
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