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sábado, 28 de julho de 2012

E o que é CONSCIÊNCIA?

Do latim, cum scire, chega-nos o vocábulo "consciência". Podemos entender de sua etimologia que significa estar com ciência, com conhecimento.
Para mim consciência tem a ver com "estar presente". Pois às vezes está só o corpo, enquanto o sujeito vaga por algum desconhecido rincão de sua psique... Quando falta-lhe atenção, falta consciência. A atenção é um atributo, uma faculdade da consciência.
Quando estamos "presentes, de corpo e alma" estamos com domínio de nós mesmos e algum domínio da situação que vivemos nesta hora e lugar. Quanto mais consciente, logo, mais domínio. Quanto mais consciente, mais livres para pensar, analisar, sentir, ver, intuir, entender. Mais consciência, mais capacidade de atuar e interagir com o meio e as pessoas. Mais consciência, mais possibilidades.
William James, o grande filósofo do pragmatismo americano, desenvolveu o tema da consciência como um fluxo, ao invés de uma série discreta de eventos. Quando ficamos "desligados" por alguns segundos, parece que se interrompeu o fluxo. Aí retomamos. Estes intervalos de desatenção e inconsciência servem para fazermos coisas de que nos arrependemos, normalmente. Morder a língua quando mastigamos a comido é um exemplo...
Desenvolver a consciência é para os líderes o ponto fundamental. Dela surge não só o domínio de si mesmo, mas o domínio das relações que precisa estabelecer com as pessoas de sua equipe, com outras pessoas de outras áreas da empresa. Surge a possibilidade de dominar o ambiente de trabalho e um modo de conduta dentro da organização. Para os estadistas e líderes políticos, a consciência expande sua esfera para o mercado, a comunidade, os investidores. Desenvolver a consciência é desenvolver a capacidade de liderança.


sexta-feira, 27 de julho de 2012

Os "maiores ativos da empresa"

Tenho de tirar o chapéu para estas frases de Wagner e Harter, do Instituto Gallup. Vejam só:
"O título de gerente costuma ser concedido como recompensa pelo tempo de casa e boas relações, por um desempenho sólido que não demonstra nenhuma capacidade específica de lidar com pessoas, ou como o único caminho de progresso numa empresa que não sabe criar cargos não gerenciais altamente valorizados. Empresas que jamais deixariam que alguém sem formação em administração ou contabilidade cuidasse de suas finanças, que um inimigo da tecnologia gerenciasse o departamento de TI ou que um trapalhão supervisionasse rotineiramente a segurança permitem que profissionais antipáticos, falsos ou arrogantes assumam a direção de uma equipe dos supostos "maiores ativos da empresa".
Empresário: são as pessoas os maiores ativos da sua empresa? Comprove com o perfil de seus líderes e gestores.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Consciência e Produtividade

Os muitos livros que versam sobre o tema da produtividade pessoal, em geral, dão ênfase às técnicas e métodos de organização e gestão do tempo e do espaço de trabalho. E estão corretos, sem dúvida, de que isso é importante. Contudo, entendo que O MAIS IMPORTANTE não está no espaço à nossa volta, nem nos ponteiros do relógio...
Se considerarmos o espaço e o tempo como 2 vetores que se entrelaçam num instante que podemos chamar "momento presente", teríamos então de definir um terceiro vetor, vertical, que incide desde o ápice da consciência do indivíduo que observa todas as circunstâncias à sua volta, até a posição do corpo e das sensações físicas neste dito instante. Este terceiro vetor, o "vetor da consciência", é objeto de pouco estudo quanto à produtividade pessoal. E é daí que vem 80% da produtividade. Ela advém de uma concentração que mantém este terceiro vetor com o domínio das situações. Mantém a consciência presente, independente das circunstâncias. Mantém a lucidez e a calma, a eficiência e a noção do que deve ser feito, em cada lugar e em cada segundo. 
Há uma espécie de polaridade, que radica entre o ponto alto de consciência e o ponto concreto de posicionamento do corpo. Esta é uma metáfora. Poderíamos trocar por profundo e superficial, espiritual e corporal. Usam os termos que preferirem...
O fundamental é que treinar este terceiro vetor permite o domínio consequente dos outros dois. A produtividade pessoal então obedecerá ao uso de técnicas de organização do espaço e de administração do tempo; técnicas que são úteis ao indivíduo consciente, inteligente. Do contrário, são só métodos que não funcionam. Não porque não sejam úteis. É que não são úteis para quem não consegue usar. Para quem não está consciente.

sábado, 21 de julho de 2012

Trabalhar com as mãos

Apesar de que o ambiente empresarial reserva pouco para o uso das mãos - normalmente deitadas sobre as mesas de reunião ou o teclado no notebook ou segurando a caneta na assinatura de documentos - é propício que os líderes entendem o valor do trabalho manual. É uma espécie de atavismo que temos; no caso dos homens, mais ligado às ferramentas; no caso das mulheres, a outros utensílios domésticos.
Quando fazemos coisas manuais entramos em contato com uma energia diferente... conhecemos limitações nossas de coordenação motora. Ganhamos a alegria, por vezes, de construir uma porta de madeira que ficou certinha no seu esquadro! Sentimos o cheiro da comida que nós mesmos preparamos. Vemos o espeto com o delicioso churrasco animar a família.
Entendemos emoções, conhecemo-nos um pouco mais, interagimos com as pessoas noutro ambiente.
Usar as mãos é bom. O teclado do computador não pode ser seu único espaço. Perde-se momentos interessantes se não as damos a chance de viver seu uso em outras utilidades.
Sugestão: tenha um hobbie manual. Pintura, escultura, fazer pão, churrasco, marcenaria, desenho, etc. Descubra por si mesmo o que quero dizer. Pois não consigo expressar o sentimento que tive hoje trabalhando com serra, prego e madeira. Os dedos no teclado não conseguem comunicar o que sentiram à tarde.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Inteligência Executiva

O terceiro atributo da liderança é a inteligência. Uma inteligência de tipo executivo, isto é, pragmática, capaz de resolver problemas.
Imaginem o indivíduo que vai à frente e atrai seguidores (primeiro e segundo atributos) e os leva para o abismo! Não pode ser assim. Não deve ser assim. Um líder tem de completar sua descrição com um elemento garantidor de resultados. Daí a necessidade de completar sua descrição com este último atributo.
Inteligência é palavra latina, vem de inteligere, que quer dizer algo assim como "discernir". No ambiente organizacional, isso se refere diretamente à tomada de decisões. Decidir é o uso gerencial da faculdade de discernimento que TODOS seres humanos temos. Acontece que este poder de avaliar situações, escolher e definir ações precisa ser desenvolvido.
A experiência é um grande propulsor da capacidade de discernimento e decisão. A instrução e o conhecimento técnico acumulado também.
Há outras coisas, mais sutis, que sugerem um tipo de intuição... Uma visão rápida e direta das soluções.  Malcolm Gladwell, no seu excelente livrinho "Blink" - que podemos traduzir como "golpe de vista" - comenta desta habilidade que temos e que está muitíssimo mais presente no nosso cotidiano do que se imagina normalmente. Somo bastante intuitivos.
Há hoje uma disciplina numa Universidade norte-americana de negócios (business, my friend) chamada strategic intuition. Vejam que já é assunto acadêmico. Pela minha experiência como consultor, há muito tempo percebo, empiricamente, que muitas decisões (e boas decisões) de empresários são por intuição.
Desde o surto de interesse pela chamada inteligência emocional, devido às publicações de Goleman, passando pelo interessante trabalho das inteligências múltiplas de Gardner, podemos chegar a concluir que o líder também tem um tipo de inteligência estratégica e unificadora de tudo que precisa para gerir sua equipe e organização.
Assim, a inteligência executiva vem arranjar todos os elementos que nos facultam a analisar problemas e solucioná-los. Por raciocínio lento, por rápida intuição. Com perspicácia ou habilidade interpessoal. Por qualquer outro processo cognitivo que se queira. O importante é que o líder não leve seus seguidores para qualquer lugar... Todos querem o êxito. Inclusive o próprio líder. E isso é também questão de inteligência.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Cativar Pessoas


O segundo dos principais atributos dos líderes refere-se a um talento ou habilidade para atrair seguidores.
Tradicionalmente este traço associa-se ao termo Carisma. Carisma vem do grego, Charisma e tem associação direta com a palavra Caráter, em grego Charáx (pronuncia-se raráx). Tem a ver com retidão de comportamento. Esta etimologia mostra que atrair pessoas depende de ser confiável e moral. Não se trata somente de uma simpatia pessoal.
Além de estar à frente de um grupo, o líder tem de conseguir levar pessoas junto consigo. Do contrário pode ser uma pessoa com muita iniciativa e força de ação, mas estará sempre sozinho. Um líder, ao contrário, nunca está sozinho. No exercício de seu potencial de liderança, está sempre acompanhado.
Se quem me está lendo consegue se colocar no lugar dos seus liderados, conversar olho no olho, orientar, dar (e receber) feedback, gerar laços fortes e desempenhar toda uma maestria de relações humanas, tem todo jeito de líder. A prova real será evidentemente quantas pessoas o acompanham.
Claro que não podemos medir a grandeza de um líder pela quantidade de pessoas que o seguem, pois obviamente teríamos que medir a "qualidade" desses laços. Isto é, seguem-no com que grau de fidelidade? Ademais, poderíamos acrescentar uma avaliação das próprias pessoas. Aliás, as últimas teorias tem se fixado mais nos followers (seguidores) que nos líderes. É como numa matilha de lobos... tem o lobo-chefe, mas também tem os outros lobos. É matilha.
De todo jeito, fica aí o recado: líder sem liderados, não é líder. É lobo solitário.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

A Condição Impetuosa

Dos 3 principais atributos do líder - os quais utilizo para os treinamentos básicos de formação de lideranças - o primeiro é a atitude de "ir à frente".
Esta condição de ímpeto, de iniciativa, de ousadia, define um perfil de destaque para as pessoas que não pedem passagem. Vão. É um destaque fático, baseado em ações. Não é especulativo. Não é intelectual.
Esta condição é nata e também se desenvolve - como toda a capacidade de liderar. Temos latente em nós esta possibilidade de romper a inércia e dar início a um processo. Temos também a oportunidade de engrandecer isso através da experiência, do aprendizado, dos estudos e do próprio auto-conhecimento. Quanto mais avançamos nesta filosófica jornada de conhecer-se e expressar-se autenticamente, mais força de vontade surge e, por conseguinte, mais chance de darmos o primeiro passo.
Vejam que, neste caso, o primeiro passo é ainda um primeiro passo para os demais. Imagine que se o líder não o faz, não só ele, mas todos ficam parados.
Por isso digo às vezes, tentando fazer poesia, que liderança é fazer história. Sem líderes, não há movimento. Sem líderes conscientes, não há movimentos harmônicos.