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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Interim Management

O conceito é da década de 70, na Holanda, mais ou menos. E é na Inglaterra que esse modelo está consolidado - mas ainda crescendo. Dizem que a origem vem da Roma republicana, com o cargo temporário dos publicani.
O executivo ou gestor interino, é contratado para fazer um trabalho gerencial (não de consultoria) com início, meio e fim. Eu já fiz muito isso, prescindindo do título.
Como gerente de projetos, como responsável pela área de desenvolvimento de negócios, como coordenador de portfolio, como gerente comercial, como gerente de marketing, já fiz muita coisa que não era consultoria, mas execução mesmo. E com prazo de conclusão e saída da empresa.
Quais as vantagens deste modelo (chame-o como quiser chamar)?
- contrata-se um profissional que vai pôr a mão-na-massa sem onerar a folha de pagamento;
- utiliza-se o recurso temporário, sem assumir obrigações a longo prazo;
- quando não se tem equipe para executar determinada estratégia, este executivo entra e sai, sem necessidade de forçar sua utilização/alocação em outras atividades;
- ganha-se o conhecimento e a experiência desse profissional (durante 12 meses, por exemplo) de modo a capacitar o grupo com quem ele vai trabalhar;
- há ainda o ganho de visão, criatividade e contribuição estratégica e gerencial que um gestor assim normalmente traz.
Executivo interino, gestor interino, gerente de projeto, assessor de planejamento, responsável temporário pela área, etc. Os nomes são realmente irrelevantes, entretanto a vantagem é notável. E como é cada vez maior o número de profissionais autônomos no mundo, acho que está aí uma forma bem inteligente de as empresas organizarem-se para seu crescimento.
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Quer me contratar como executivo interino? Mande-me um e-mail, mas até dezembro deste ano não vai dar, estou gerenciando a área de marketing e vendas de uma empresa e meu compromisso não pode ser interrompido. Ah, também tem isso: o executivo é interino, mas a fidelidade tem de ser total!

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Gestão do Crescimento

O CRESCIMENTO pode ser gerido? Deve. Afinal, gerenciar não significa outra coisa que resolver problemas, e há muitos problemas implícitos na dinâmica do crescimento.
Vejamos, por exemplo, o primeiro momento: o desejo de crescer. Nessa fase é necessário estratégia e aproveitamento de oportunidades; é necessário capacidade de execução, operacional mesmo, pois do contrário o plano não servirá para nada; é necessário ímpeto, ousadia, empreendedorismo, visão, coragem, por parte dos líderes; é necessário muita paciência também, pois a ansiedade normalmente corrói os ânimos e gera muitos atritos, de modo que o clima fica péssimo e o espírito de equipe dificultado; quem vai gerenciar isso tudo?
No segundo momento de uma empresa em crescimento: vai precisar de capital, pois alguém terá de financiar as aquisições, investimentos e o capital de giro que viabiliza o aumento da capacidade decorrente do aumento das vendas; vai precisar de pessoal, especialmente lideranças, uma vez que o trabalho vai crescer e alguém terá de se responsabilizar por ele; vai precisar de controle, pois a estrutura de custos vai mudar e se não houver atenção, pode ser que se perca dinheiro apesar do aumento da receita; vai precisar de nova infra-estrutura e possivelmente vai precisar de novas ferramentas de TI; enfim, vai precisar de muita coisa. Como se gerencia esse complexo de coisas?
Agora, no seu terceiro momento, já no seu novo patamar de tamanho – finanças, quadro de pessoal, vendas, clientes, mix de produtos, infra, etc – a empresa em crescimento precisará consolidar seu status, pois vai certamente conhecer novos desafios: um novo tipo de concorrência, um novo tipo de demanda do governo, uma nova demanda do sindicato, uma nova demanda da comunidade, uma nova demanda dos clientes, etc. De onde virá a inspiração e o conhecimento para gerenciar tantas novidades?
No primeiro momento, é importante avaliar o potencial de crescimento da empresa e definir uma estratégia para crescer.
No segundo momento, é necessário desenvolver lideranças e ajustar o organograma para o agora e prepará-lo para o amanhã.
No terceiro momento, é hora de criar evoluir a cultura da empresa para um estágio de maior maturidade, combinando a visão de mercado com as exigências internas.

Há ainda um quarto momento, onde se poderia pensar então no desafio da PERPETUIDADE. Mas este é outro desafio. Para outro texto.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

A Tartaruga e a Lebre

Dizem que é a tartaruga quem chega primeiro, não a lebre.
A Lebre é agitada, ansiosa, corre muito. Mas a tartaruga, na sua constância, com ritmo, chega antes.
Ok, ambas devem alcançar a meta. E o mais importante talvez não seja chegar antes...
Acontece que poderíamos considerar o valor de chegar BEM. Isto é, poder atingir os resultados com uma certa elegância. Não seria bom acrescentar aos resultados uma qualificação do tempo vivido e do trajeto percorrido para chegar até eles?
Não basta preencher o checklist e nem bater as metas do semestre. Também é legal fazer isso com muitas histórias para contar...
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Não sei se sou lebre ou tartaruga. Nem sei se a metáfora é totalmente precisa.
Entretanto, sei que gosto de dar bom exemplo e acho que os melhores exemplos não são apenas forjados por resultados. O meio do caminho é tão ou mais importante que a sua meta. Concluir a viagem rápido, mas sem contemplar a paisagem é quase o mesmo que perder a viagem.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

O Profissional Perfeito

O profissional perfeito é aquele que não comete erros.
Ele também assume riscos, inova, soluciona problemas e cria novidades que geram resultado para a empresa.
É um cidadão corporativo especial, que brilha - e brilha o tempo todo - fazendo todos os demais à sua volta o admirarem. E ninguém o inveja, nem dele tem ciúme, pois como ele é perfeito, todos gostam dele. É uma sumidade.
Fora do ambiente de trabalho, ele é calmo, sem estresse, sem preocupações. Está sempre seguro de si e nunca pensa que pode ser demitido ou que o seu chefe não vai gostar de algo que aconteceu. O seu chefe sempre gosta, nunca o critica. Sempre o elogia. Sim, o profissional perfeito é constantemente elogiado.
Como podes imaginar, leitor, este profissional nunca tem dificuldades de relacionamento com seus colegas, nem com seus clientes, nem muito menos com seus subordinados. E quando surge algum conflito (entre os outros, pois com ele não há) ele entra em cena e sempre, sempre resolve.
Esse cara tem orçamento pré-aprovado todo início de ano; tem metas ousadas, mas factíveis; tem equipe completa para dirigir sua área na empresa; não lhe faltam recursos, nem tecnológicos, nem de infra. Pode fazer as viagens que tem de fazer (obviamente hospedando-se no Sheraton...) e só precisa comprovar o valor da atividade, não precisa justificar seus gastos, uma vez que com o budget anual ele tem liberdade para tomar decisões dentro de seu escopo. Os prazos de seus projetos até podem ser apertados, mas ele sempre dá conta do recado. Usa ternos Armani, possivelmente (eu gosto de ternos Armani!).
O profissional perfeito tem um currículo cheio de realizações. E só de realizações, não teve falhas ou fracassos em sua carreira. Não é que omita no seu resumé, é que não teve mesmo. Ele ostenta uma biografia de êxitos e somente êxitos.
É um executivo destes que aparece na capa da revista Exame ou da Voce SA.
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Você não é assim?
Ora, que alívio... Sinal que você existe, realmente.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Vida de Executivo

Um bom executivo é capaz de tornar ideias, projetos e metas em realidade.
Iniciativa, habilidade para negociação (dentro e fora da organização), capacidade de gestão, conhecimento técnico e visão econômico-financeira são atributos bem fundamentais...
Acontece também que cada executivo tem seu estilo. Assim, uns são mais individualistas, outros mais agregadores, uns são mais comunicativos, outros mais quietos. Essas diferenças, dentro de certos limites que não atrapalhem o essencial do trabalho gerencial, são bem comuns de serem percebidas no meio empresarial. E ao longo da carreira vamos observando e aprendendo com as idiossincrasias de cada um.
Reuniões, e-mails (muitos e-mails...), viagens, visitas a clientes, situações de pressão e estresse diário, rotina operacional, apresentação de projetos e relatórios, tudo isso integra o cotidiano de um executivo. Esteja ele no “topo” ou no “meio” do organograma, são mais ou menos estas as atividades que preenchem sua vida. E talvez o lugar mais estressante e que exige mais diplomacia e “jogo de cintura” é justamente a média gerência, pois ali está o grande executor, o responsável por fazer acontecer os planos gerais de trabalho, o cara que tem de desdobrar as diretrizes estratégicas em ações concretas, num tempo e dentro do budget.
Quer ser um executivo? Muito bem, vamos lá. Prepare-se para viver uma vida muito intensa, cheia de variações emocionais, aonde a resistência à frustração é muito necessária para a sobrevivência. A ambição, a ousadia e uma boa pitada de coragem para inovar e assumir riscos são coisas de grande importância.
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A verdade é que nem todos foram talhados para isso ou estarão à vontade com este dia-a-dia. No entanto, quem quer que se estimule, vai crescer interiormente com toda essa experiência. E pode até ser que execute o plano mais valoroso de todos: tornar-se um ser humano melhor.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

A Menina que Roubava Livros

Excelente filme. Muita sensibilidade e uma boa adaptação do livro de Susack.
Ainda não terminei de ler o livro, mas já considero dos melhores que li. Recomendo.
A idéia da Morte como narradora, além de genial, dá um ponto de vista muito interessante. A Morte vê em nós, humanos, o que temos de melhor e o que temos de pior. E ela vê as cenas em cores... Lindo. Realmente imperdível - ao menos assista o filme.
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E a menina que protagoniza a história, Liesel Meminger, está muito querida na interpretação da criança do filme. Não sei o nome da atriz, mas me cativou. Uma gracinha...
(Um líder tem de cultivar sua SENSIBILIDADE; eis aí uma dica de como fazê-lo. Há certos filmes/livros que ajudam)