Páginas

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Imagem Profissional

A atitude é aquilo que só nós vemos de nós mesmos. As pessoas podem deduzir ou tentar deduzir nossa atitude, mas só podem ver diretamente nosso comportamento. Assim, a atitude é interior e o comportamento, exterior. Disso fica uma imagem na cabeça de cada pessoa que nos conhece. Essa é nossa imagem profissional.
É fato que não temos muito controle de nossa imagem - ao menos não podemos evitar que cada um, com seus preconceitos, interpretações e tendências pense de nós aquilo que não somos. E é por isso mesmo que é importante dar um pouco de atenção a este assunto.
Epíteto, filósofo romano, dizia que há coisas que dependem de nós e há as que não dependem. Portanto, com relação à carreira, podemos dominar a atitude e o comportamento, com algum controle sobre as "mensagens" que passamos às pessoas. No comportamento está também o modo como nos vestimos, como falamos e o nosso cartão de visitas. Mas há muito mais que isso. O comportamento é conjunto de todas as nossas ações no dia-a-dia. Logo, a boa imagem de um profissional depende de seu nível moral.
Cuide de sua imagem, pois ninguém fará isso por você.
Uma roupa bonitinha e um website (ou página na face?) ajudam. Mas não se esqueça do essencial!

terça-feira, 23 de abril de 2013

Maria vai com as outras...

O grande geógrafo brasileiro Milton Santos - reconhecido internacionalmente - quando perguntado, ainda no início dos anos 90, sobre a Globalização respondeu laconicamente: não vai dar certo.
Quem poderia, especialmente naquele momento, após a recente queda do Muro de Berlim e "término" da Guerra Fria, dizer algo contrário à expectativa que se gerava sobre um mundo globalizado?
Afora o fato de Milton Santos ser brasileiro (e negro), ia de encontro a uma outra uma estatística: não era, mesmo, "maria vai com as outras".
Hoje, há diversos economistas, sociólogos, empresários, estadistas e estudiosos que avaliam com mais prudência o processo do mundo globalizado. Sabemos que a comunicação de massa, não comunica somente o melhor de nós... Além disso, há problemas no sistema financeiro internacional. Além disso, há a perda da soberania dos países para corporações cujos interesses não são (e por que seriam?) a justiça social. Além disso, há questões de máfias que se internacionalizaram na "carona" do capital globalizado e sem fronteiras. Além disso, há uma confusão de valores e a decadência da identidade cultural de diversas sociedades. Além disso, tem muitas outras coisas...
As lideranças não podem deixar de avaliar as opiniões e as formas massificadas de entendimento do mundo - normalmente estão equivocadas. Falta cuidado. Um líder tem a responsabilidade de fazer isso com profundidade, seja num país, seja numa empresa, seja em um pequeno grupo de trabalho.
---
Um líder, também segue outros líderes, mas isso não significar seguir qualquer um. Em absoluto! E, antes, o seu contrário! Seguir alguém exige escolha, inteligência e responsabilidade. Ao seguirmos as idéias de alguém, também devemos nos comprometer com essas idéias.
E você, está fazendo suas escolhas, ou está indo com Maria?

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Ingenuidade x Pureza

Adam Smith afirmava a possibilidade de o mercado, pela "mão invisível", regular-se. Isso é ingenuidade.
Basta ter um pouco de experiência de vida que se pode ver que há pessoas com uma intenção, digamos assim, não tão humana. Não são puros o suficiente para determinar ações em proveito da causa comum ou de um bem coletivo. Atuam, isto é, em proveito próprio. São egoístas.
Agora, vejam, eu acho que os bons líderes devem ser puros. Devem ser humanistas, bondosos e capazes de agir pelo bem das pessoas. E tenho a convicção de que é possível formarmos líderes assim. Sou um platônico... Com isso, muitos dizem que sou ingênuo.
Acontece que pureza não é ingenuidade. É valor e é princípio.
Não precisamos acreditar em qualquer coisa, pelo simples fato de que muitos o afirmem. Estejam entre eles, Adam Smith, Marx, ou quem for. Mas com certeza devemos acreditar em nós mesmos. Isso também é pureza, não ingenuidade.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Fazer polêmica?

Afora o interesse do jornalista que quer atrair audiência, por que fazer polêmica?
A palavra, que vem do grego polemos, já indica o problema: guerra.
Talvez seja herança de Marx, aquele barbudo intelectual que pregava a ditadura do proletariado (e que curiosamente não foi bem um proletário...), baseando-se em um conceito distorcido de Hegel, a dialética.
O materialismo dialético de Marx, além de ser materialista (eu não sou) me causa o incômodo de estar sobre falsas premissas. Uma delas: a história é feita pela luta de classes. Isso é falso! Também acontecem lutas de classes (algumas das quais inspiradas em Marx, por sinal), mas é errado generalizar, esquecendo-se do idealismo, da generosidade, do altruísmo, do voluntariado, da compaixão,  etc. Existem muitas outras motivações humanas, para além das econômicas.
Proponho que não façamos polêmica, mas o seu contrário. Inspiremo-nos na Pax Romana, e tentemos (num debate, numa conversa, numa negociação) verdadeiramente atuar como seres humanos conscientes, que se esforçam para ficar acima da contenda, resolvendo as coisas com solidariedade e generosidade. Parece ingenuidade? Só se for para os fracos, pois fazer polêmica é fácil, difícil é ter cacife para atuar como um cavalheiro. Conclusão: quem faz polêmica (guerra) não é o forte. Quem faz a paz é que é.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Sem valores, sem líderes

Durkheim denominou de "anomia" o estado de uma sociedade sem regras, sem referenciais, sem valores claros. Disse que isso acontece facilmente em períodos de grandes transformações. Chegou a estudar a relação disso com os suicídios. Observou também que as instituições - família, governo, escola, etc - tem papel fundamental na preservação da sociedade e, quando essas instituições perdem sua função, as pessoas (integrantes do sistema social) ficam desnorteadas. Que ruim isso...
Parece o mundo de hoje? Eu acho que sim, em grande parte.
A tecnologia se desenvolveu muito - uma nova instituição? - e nossa moral não acompanhou. E, talvez, tenha até regredido. Falta a noção básica de que nem tudo é relativo, de que há, sim, valores universais, atemporais, como respeito, solidariedade, liberdade, etc. Tudo se confunde e difunde (com a tecnologia da informação) e surge um panorama perigoso para o futuro. Muito ruim.
---
Anomia vem do grego, a-nomos, sem regras. Mas vejam que os próprios gregos - como Platão, no livro As Leis (nomoi) - davam ao termo uma ligação com um líder responsável por uma parte da cidade (agoranomos,  astinomos,...). Então, onde estão os líderes responsáveis de que tanto precisamos hoje? Se você que me lê é um deles, que bom. Que bom.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Será que é só com Weber?

Max Weber foi o cara que classificou as possibilidades de dominação (erroneamente traduzida por alguns autores como liderança) em 3 tipos: tradicional, racional e afetiva.
A dominação tradicional foi mal interpretada, passando a ser vista como inércia de costumes. A racional foi limitada aos processos burocráticos. A afetiva, chamada "carismática", peca por um mal uso da palavra carisma, quem vem do grego e tem como mesmo radical "caráter".
Enquanto Weber dava ênfase ao indivíduo e sua busca por um sentido subjetivo nas suas ações sociais, ficou associado ao teórico da burocracia, onde o indivíduo desaparece em sua importância.
Enquanto ele falava de poder como imposição da vontade, traduziram seu conceito para coerção e a submissão maldosa dos povos.
E então, que mais dizer? Um mar de desinformação... Será que isso só acontece com a obra de Weber?

quarta-feira, 10 de abril de 2013

"O poder corrompe"

Não, o que corrompe é a falta de poder.
O sujeito que se corrompe não tem poder moral. Num cargo de alta responsabilidade, sem capacidade própria, sem força de caráter, se corrompe. Ou seja, faltou-lhe algo. Não era por que tinha, mas por que carecia. A carência de virtude é o problema.
Poder vem do latim, potestas, e junto com o termo autoridade, também do latim, auctoritas, formam uma dualidade sempre mal compreendida. Aliás, muitos intelectuais continuam repetindo a frase de Lord Acton de que "o poder corrompe" - os mais intelectuais completam, com nariz impinado, "e o poder absoluto corrompe absolutamente". Isso é uma besteira. Para os antigos romanos, potestas era atributo dos deuses, auctoritas uma qualidade moral acumulada por anos de serviço público.
Vejam, se alguém tem poder (capacidade) de fazer algo, por que pagaria propina para outro fazer por ele? Se alguém não pode (não tem poder) para agir, é aí que se corrompe. Quem rouba, rouba ou por que não tem o que comer, ou por que não tem caráter, ou por que não tem consciência. Poder é ter capacidade para, é dispor das condições para. Seja atuar, pensar, falar, etc.
---
Em última instância, o poder é divino, universal, impessoal. O que podemos desenvolver é autoridade, como fonte e forma de exercer uma influência moral, baseada em valores, conhecimento e trabalho. Pena que Júpiter não lança mesmo alguns raios na cabeça dos corruptos...



segunda-feira, 8 de abril de 2013

"Tudo é relativo"

Não, nem tudo é relativo.
O fato de que pensamos diferente uns dos outros e que constatamos diversas preferências, gostos, tendências e apreciações evidencia que algumas coisas, sim, são relativas. Mas não é tudo.
Existem valores universais, atemporais - a solidariedade, a busca pela felicidade, a amizade, a coragem, a bondade.
Não é possível conceber uma sociedade justa apoiando-se apenas em modas e costumes que mudam com o tempo. Algo tem de ficar. O essencial no homem, não muda.
Podemos tentar novos meios, mas os princípios não deveriam ser relativizados. Podemos contemplar progressos e inovações tecnológicas (e isso é bom!), mas sem deixar de cultivar o que não muda, o essencial.
---
Aliás, pelo próprio fato de se aceitar o relativismo como uma verdade, teríamos de considerar que ele também é relativo. É, o relativismo é relativo. Logo, nem tudo é relativo...

quarta-feira, 3 de abril de 2013

"Estou meio sem tempo"

Isso pode ser até um problema metafísico: como alguém pode estar sem tempo?! Todos temos as mesmas 24h para gastar por dia. Este, que é o tempo que a Terra demora para girar em torno de seu próprio eixo, pelo que me consta, é o mesmo para todo mundo que está sob a superfície do planeta.
Essa frase é utilizada comumente para dizer outra coisa: isso não é a minha prioridade. Pois se fosse, eu poderia estar sem tempo disponível para fazer outras coisas, não isso.
Acontece que as prioridades podem não ser conhecidas. Mas precisamos refletir sobre elas, para conhecer o que nos é válido. Daí virá o entendimento que o tempo não é só quantidade, mas sobretudo qualidade. Mais do que fazer coisas, ou deixar de fazê-las, é questão de ESCOLHAS. O que me comprometo em fazer e, igualmente, o que me responsabilizo por não fazer.
Teríamos de distribuir as coisas numa hierarquia de prioridades, de modo que aquelas menos importantes para nós, ao não serem realizadas, não vão dar a sensação de perda. Mas se deixarmos de fazer o que está no topo dessa hierarquia, a consciência vai pesar.
Portanto, não ficamos sem tempo nem "meio sem tempo". Ficamos, isso sim, mais ou menos incomodados por fazermos ou deixarmos de fazer o que é válido para nós. Desde que, claro, nos conheçamos.
------
E quanto ao interesse de "fazer tudo"; ou quanto às tentativas de "fazer alguma coisa"; ou, ainda, o desejo de "fazer qualquer coisa"; cuidado! Tudo, algum, qualquer, não são coisas importantes. São coisas desconhecidas.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

"Isso é óbvio!"

Sim, mas o óbvio só se torna óbvio quando é dito. Ou feito.
Veja, em muitas circunstâncias do dia-a-dia as coisas são tão evidentes (na cabeça de alguém) que não são trazidas para o diálogo. Passa o tempo e o que era (ou deveria ser) claro e visto por todos, esquece-se. Assim, precisamos pôr à vista o assunto.
A palavra "óbvio" vem do latim e significa o que está vista, ou o que está à sua frente e pode ser visto. As coisas estão sempre à vista de todos? Estão pelo menos à vista de alguém? Ou ficou todo mundo tão ocupado de "outras coisas" e passou correndo por cima do óbvio, que não pôde ser visto - deixando, logo, de sê-lo?
Na prática, as pessoas precisam de alguém com iniciativa para explicitar assuntos. Transformar o tácito em explícito. Tornar, enfim, óbvio. Este é também um papel do líder.
---

As lideranças devem muitas vezes trazer à tona assuntos simples, mas importantes. Se os líderes não o fazem, pode acontecer de ficar mal resolvido, ou esquecido. Temas como as relações entre as pessoas da equipe, o uso do tempo, a qualidade da comunicação dentro do grupo, lembrar do foco e acompanhar as metas sobre o que tem de ser feito.
Óbvio, não?