Páginas

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Novos líderes

Queremos seguir novos líderes. Essa é uma constatação que tive após comparar as reclamações de clientes, amigos, familiares e, claro, as minhas próprias.
Não acho que a proposta anarquista -sem lideranças- possa suprir nossa carência
Não acho que a proposta comunista -de que somos todos iguais- seja real, pois em verdade somos todos diferentes.
Não acho que o capitalismo -sociedade direcionada pelo consumo- seja a equação final.
Nem penso que podemos nos dar ao luxo de aceitar somente os paradigmas que estão aí; nem estes que mencionei, nem outros que você possa ler pela internet: hiperdemocracia e companhia limitada.
Sinceramente, vejo que nossa ânsia por novos líderes se resolve na conjunção do atemporal com a situação dada. Para mim a solução é trazer o humanismo de volta (sim, com preponderância em relação à tecnologia!) e voltar a ler Platão e Confúcio. Tudo isso aplicado ao mais cotidiano de nós.
----
Que será que os mestres do passado diriam se vivessem no presente? Talvez dissessem: precisamos de novos líderes.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Sem uma estratégia de crescimento...

Meu trabalho como consultor consiste em ajudar os negócios intensivos em conhecimento, especialmente os escritórios de serviços profissionais -advogados, arquitetos, engenheiros- a crescerem com estratégia.
Se você me perguntasse (e de fato me perguntam) o porquê disso, já que às vezes as empresas crescem mesmo sem uma estratégia, eu diria que você...

    ...correria o risco de crescer e perder a Identidade do seu negócio.
    ...poderia crescer, mas com baixa lucratividade - normalmente tendendo a virar commodity.
    ...talvez seja capaz de fazer um bom trabalho, mas dificilmente vai gerar grandes cases de sucesso.
    ...normalmente perde talentos, pois sem inspiração para os profissionais, você os perde (e ganha concorrentes).

E, principalmente...

    ...ficaria sem o domínio do seu negócio.

Talvez seja esta a maior vantagem de desenvolver uma estratégia de crescimento: ter domínio do próprio negócio. Não sei quanto a você, mas isso me interessa.
----
Se for também o seu caso, deixo-nos ajudá-lo. Essa é nossa missão na GrandiGaray: ajudar a crescer com estratégia.

contato@grandigaray.com
Caxias do Sul: 54 9915.9889
Porto Alegre: 51 8019.9889

Ser e Existir

Um pouquinho de ontologia: a Vontade é o primeiro atributo do Ser. Logo, a verdadeira intenção só pode partir de nossa identidade, de quem realmente somos. Se não for assim, não é Vontade, é outra coisa. E tudo, para existir, depende de uma força que traga as ideias ao mundo.  Essa força, como uma "pressão de cima para baixo", do Ser para o Existir, tem uma natureza própria.
As possibilidades de realização para um indivíduo, e também para uma organização, estão todas implícitas na sua identidade, na sua essência. Descobrir quem somos equivale a aumentar as chances de sucesso. Pois, como poderíamos nos tornar algo diferente do nosso Ser?
Acontece que a Vontade "pura" não se expressa normalmente, e sim como desejos, ambições, interesses. Dá para imaginá-la, ao invés d'uma luz branca, mais ou menos colorida por um matiz que descreve tendências da nossa personalidade. De qualquer jeito, um líder precisa discernir sua verdadeira Vontade, para além de inclinações e tendências. Pois só a força dessa intenção justa e profunda poderá dar vazão para os grandes sonhos. O resto será desvio de energia. No máximo, vai atingir as metas de produtividade... Nunca chegará a empreender algo de destaque, de valor.
Ser ou não ser é a questão errada; Ser e Existir é o que nos interessa. Não basta fazer "qualquer" coisa. Isso não dá plenitude. Dar existência concreta ao ser interior é que dá.
E o líder precisa não só fazer isso consigo, mas também ajudar seus liderados a encontrar sua especial contribuição. Apoiá-los na tarefa específica de existirem como são, de manifestarem sua essência.
----
Assim, conhecer-se é ganhar poder de realização. Vai Existir o êxito desde que se descubra o Ser.
Ser e Existir. Nada de Shakespeare. É liderança na prática, mesmo.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Vetorial ou escalar?

Liderar implica em influenciar um grupo de pessoas a partir de uma dada autoridade, a fonte de poder do líder. Quanto maior seu poder de influência, maior a intensidade da liderança.
Mas a boa liderança não pode ser medida como a temperatura, o tempo ou a massa. É mais como a velocidade, a força e a aceleração. Além de um número, precisamos de uma direção e um sentido para descrevê-la. É preciso verificar o vetor, para onde ele aponta.
E há diferentes tipos de vetores, em verdade. Para facilitar a reflexão, podemos distingui-los em dois grande grupos: externo e internos.
Os vetores externos tratam de como o líder coordena sua equipe em relação ao negócio, a organização e o mercado. Trata-se aqui daquelas atividades gerenciais típicas: delegar tarefas, monitorar e controlar o trabalho, negociar, acompanhar prazos e metas, conduzir reuniões etc.
Já os vetores internos são menos perceptíveis. Consitem em atividades igualmente fundamentais, mas tratam da relação das pessoas com elas mesmas: orientar e dar feedback, ensinar tarefas, motivar as pessoas, ajudar a encontrar um sentido naquilo que estão fazendo, gerar um ambiente agradável, tornar o dia-a-dia produtivo e estimulante.
Às vezes, a boa liderança não é a mais intensa, mas a que mais clareza tem. Ademais, se não se sabe para onde está indo, a intensidade pode até atrapalhar... Também seria bom verificar se há equilíbrio entre a atenção dedicada aos vetores externos e os internos. Afinal, destes vetores todos, surgirá uma resultante, cujo cálculo é produto (não soma, mas múltiplo) da combinação de todos eles.
----
Para você que é líder, saiba que não basta ser intenso, há que saber para onde se está indo. Lembre-se, há pessoas que dependem disso. É sua responsabilidade.
Liderar é vetorial, não escalar.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

O valor da autoridade

Thomas Carlyle foi um historiador e filósofo escocês que insistiu na concepção dos grandes líderes como motores da história.  A despeito das influências que possa ter tido em autoritários, é fato que ele serve de referência para entendermos a autoridade.
Hoje a autoridade é ruína. Não se respeita, não se aceita, não se admira, não se busca. Nem líderes nem liderados têm consenso justo sobre um sentimento e/ou um pensamento do que seja a da autoridade. Pois a etimologia ajuda: auctoritas, do latim, refere-se ao poder moral acumulado pela biografia. É mérito e conquista; fundamenta-se em provas de vida, não em teorias.
Como recuperar a autoridade? Na sociedade e no indivíduo isso depende de educação, cultura, vontade, esforço. E paciência, claro. Hoje não temos muitos leitores de Carlyle porque não há mesmo grandes líderes. Estamos carentes do objeto de comparação de seus estudos.
Sem autoridade surgem seus extremos defeituosos: autoritarismo ou anarquia. Como na receita do justo meio de Aristóteles, temos de buscar algo que negue estes extremos, ambos problemáticos. Quem quer ser vítima de um tirano? Quem quer viver numa comunidade caótica? Precisamos revisar nossa relações humanas e reivindicar o que há de mais humano em nós. E não consigo ver a liderança excluída dessa condição.
Um novo contrato social? Ou talvez o mesmo, o mesmo de sempre. Ninguém segue, ou ao menos não deveria seguir, um líder sem autoridade. (Os seguidores são responsáveis pela liderança também!) Então não me venham com desculpas superficiais com relação à influência que Carlyle e outros possam ter tido em autoritários. Tanto uns quanto outros, sempre, têm um contexto muito determinante para sua explicação histórica. Não servem, pois, para negar uma verdade bem empírica: sem grandes líderes a história fica estagnada. Ou ao menos murcha.
----
Você receia a autoridade? Cuidado, pois pode ser vítima do autoritarismo ou da anarquia. Não importa, ambos são bem parecidos nos seus efeitos.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Saindo da caverna

A caverna da alegoria de Platão não é lugar físico. É feita de pensamentos e emoções, não de pedras. É um ambiente psíquico, turvo, nublado, aonde as pessoas nascem, vivem e morrem, segundo o mestre grego. A não ser que...
Um líder tem de assumir não somente sua responsabilidade operacional de coordenar seu time de trabalho delegando tarefas e supervisionando o desempenho. Isso é quase mecânico (não fosse, evidentemente, a complexidade que é isso na prática). É que o ser humano é muito mais que sua rotina de atividades e a liderança consciente deveria incluir outras dimensões de influência.
Muito se fala hoje sobre o valor da inovação e sobre como provocá-la. Estímulo à inovação, dizem os especialistas, requer quebra de paradigmas, pensar "fora da caixa", mudar esquemas mentais. Pois então, não seria pertinente que os líderes pudessem ajudar as pessoas a sairem desse aprisionamento que Platão denominou de caverna?
Vivo no meio dos serviços intensivos em conhecimento. Meu local de trabalho típico é o escritório profissional. Como consultor, esforço-me para liderar sempre para fora da caverna. Eis como se pode dar alguns passos nesse sentido:
1. Refletir, antes de pensar. Sim. Antes de mover o pensamento num acúmulo de raciocínios que sobrevem "de fora" (da faculdade, de jornais, da internet e de periódicos diversos), orientar primeiro a equipe de modo a que vejam "de dentro", isto é, que tenham a inteligência e a coragem para intuir e criar. Cada um usando sua inteligência antes de usar as notícias e teorias do momento.
2. Conduzir as reuniões com leveza e tranquilidade. Ousadia, sim. Mas a pressa e o estresse típico da "gestão por conflitos" só dispersa forças. Nunca vi um grupo produzir mais e mais rápido por atrito. A dialética dos materialistas não funciona melhor que a harmonia pitagórica... É música que queremos produzir na equipe, não barulho estridente. (E saibam que dá para escutar dos corredores!)
 3. Estimular cada profissional a dar sua contribuição individual e autêntica. É muito mais rico quando cada um é diferenciado do outro. Massificação dentro do escritório é oxímoro para qualquer negócio intensivo em conhecimento. Imaginar advogados, arquitetos, engenheiros, consultores, analistas conversando sem originalidade é ver todos no fundo da caverna, repetindo as sobras que veem.
4. Ensinar a escutar dando o exemplo. É fácil, mais do que se pode supor. Quando alguém fala, não pense: escute-o. Aproveite.
5. Todos juntos, no mais velho chavão do espírito de equipe, continuar em espirais rumo à saída da caverna, ou seja, avançar com persistência na busca de soluções como se isso fosse a própria fuga.
E a visão dessa prática gerencial é a criação de um ambiente verdadeiramente humano no trabalho. Profissionais são (pasmem!) bem humanos, no fundo. E alguém precisa liderar. Rumo ao que t
----
Descrição da caverna: preconceitos e paradigmas rígidos. Burrice. Limitação de ideias e/ou aprisionamento aos modismos e tabus da sociedade. Atenção: não confunda com valores universais. Estes estão sempre fora da caverna, bem iluminados. Saindo da caverna dá para ver.