Páginas

terça-feira, 24 de abril de 2012

Mudança e Permanência

Uma vez li num livro sobre Consultoria que, por mais que pareça diferente, as coisas não mudam tanto assim de um dia para o outro. No geral, as coisas permanecem as mesmas do dia anterior, hoje. E o que se lia no jornal, semana passada, é muito semelhante ao que se lê agora. Há variações, mas é minoria.
O que acontece é que nossa percepção é colorida pela situação emocional e as pressões que sofremos. Daí a impressão súbita de que tudo está por mudar. Daí a sensação de que algo de muito ruim (ou de muito bom) possa estar acontecendo. Talvez fosse mesmo um desejo pessoal de que houvessem mudanças radicais... gostamos disso. Mas isso não acontece de verdade.
O tempo, como um aliado, mostra o que é verdadeiro e o que é falso. E as circunstâncias se preservam ou não em função de sua veracidade. Assim, muito do que pensamos que vai acontecer será comprovado com o tempo. A impulsiva decisão que o líder toma diante de uma súbita provocação do meio, pode ser uma simples reação emocional.
A segurança para as decisões não está nas mudanças... está na permanência. E na maioria das vezes, a maioria das coisas permanece. E mesmo quando se alteram, é dentro de si mesmo que o líder vai se apoiar. Sempre sendo ele mesmo. Sem sucumbir às pressões das circunstâncias. Sempre sendo autêntico.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Sobriedade e outras coisas...

Uma vez participei de um congresso internacional de liderança em SP. Muitos executivos e executivas estavam presentes, diga-se, dos 5 continentes. Tive a oportunidade de conversar rapidamente com pessoal da França, Honduras, Argentina, Chile, Índia, Rússia, Itália, Espanha,... meu inglês e meu espanhol foram bem exercitados, podem apostar! Mas o mais importante foi o aprendizado que tive ao observar, simplesmente, os traços de comportamento dessas pessoas.
Todas elas demonstraram algumas qualidades que, por semelhança, penso estarem no alvo dos esforços de todos nós, que queremos aprimorar nossa capacidade de liderar. Dado que eram na sua grande maioria líderes de mais de 30 anos de experiência, considero que isso dá o suficiente relevo para atentarmos com muito interesse:
- Concentração: todos demonstravam muito foco e presença de espírito. Não vi nenhum deles "viajarem na maionese" em nenhum momento. Estavam sempre muito "ligados", com olhar vibrante e atenção total.
- Alegria: o bom humor foi percebido em todos eles. Era uma constante nas conversas. Parece que todos viviam suas vidas com senso de vocação, isto é, fazendo aquilo que gostam e querem fazer.
- Comunicação: se relacionavam todos muito à vontade. Falavam e escutavam. Perguntavam, demonstrando um respeitoso interesse - mesmo quando, acredito, meus estrangeiros idiomas pareciam-lhes também estrangeiros...
- Senso de Missão: identifiquei que todos tinham metas e visão de longo prazo. Sabiam onde queriam chegar com seus respectivos empreendimentos. E ao que parece equilibravam bem esta visão com as necessidades operacionais de execução do dia-a-dia. Observei muitos deles "botando a mão na massa" nos horários dos intervalos do congresso.
- SOBRIEDADE: foi a palavra que me veio por primeiro, quando anotei em meu moleskine, ainda no hotel, o que estava vivenciando lá. Uma dignidade, uma autoridade natural, esbanjada por uma moral nítida. Eram homens e mulheres que inspiravam confiança e que, imagino, também atraem lealdade. E acho que isso é o que precisamos como líderes, não? Pois quando vamos à frente, tomando a iniciativa pelos acontecimentos, ao olharmos para trás, estaremos sendo seguidos? E, vendo seguidores, vamos manter a serenidade e a sobriedade? Diante as diversas situações do cotidiano - pressão, incertezas, problemas, imprevistos - poderemos preservar a conduta estável e confiável?
Esta foi a principal lição: sermos sóbrios a todo momento, independente das circunstâncias. Você consegue ser assim?

terça-feira, 10 de abril de 2012

Estilo não é estereótipo


A palavra estereótipo vem dos antigos "tipos" de imprensa. Letras-padrão que eram utilizadas para a produção dos primeiros jornais e também cópias de livros. Depois dos monges copistas medievais, veio este modo de reprodução de livros.
Estilo é um termo muito encontrado hoje nos assuntos ligados a moda, vestuário e preferências pessoais. Denota como uma pessoa vive, no geral. Cada um tem seu estilo.
Estereótipo e estilo são coisas diferentes. Aquele que se estereotipa perde sua autenticidade e seus diferenciais; perde sua identidade e seu modo próprio. O estilo nasce do singular que é cada ser humano. O estereótipo é um rótulo que melhor ou pior classifica a pessoa dentro de certas tipologias, inventadas por ciência ou por opinião popular.
O líder representa um exemplo de vida e de ações pela sua exclusividade como homem ou mulher. A inspiração que a liderança é - a ponto de fazer seguidores - tem de ser entendida como produto de um estilo. Portanto, cada executivo e cada gestor é diferente. Há traços comuns, mas não podemos reduzir a uma tipologia empobrecida. A riqueza do comportamento humano e a complexidade das relações sociais é virtualmente infinita. Reducionismo é falta de inteligência.
Você que me lê: qual o seu estilo?
Como dizia meu mestre de filosofia: SEJA VOCÊ MESMO.
Estilo não é estereótipo.