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segunda-feira, 28 de março de 2016

Assim é correto

Diferente do que muitas vezes escuto, a palavra assertividade tem como significado uma espécie de convicção, auto-afirmação, certeza ou firmeza de atitude. Não, não tem a ver com "acertar" (note que a primeira é com duplo 's' e a segunda é com 'c').
A questão é que podemos ver líderes errando com muita assertividade... E, claro, também ocorre de alguns acertarem com alguma hesitação.
A vaidade é um defeito grave para um líder, pois ele pode se mostrar muito assertivo no que fala, mas sem nenhum valor no que diz. Um pouco de humildade permite desenvolver uma natural auto-afirmação, porém buscando sempre, com prudência, a linha de ação correta para o grupo.
Não tenha receio de perguntar, pedir ajuda, compartilhar, trocar ideias com sua equipe, com seu chefe (se tive um) e com outros líderes. O que importa é, sem deixar de ser afirmativo, construir a melhor decisão aos poucos, sem individualismo. Para o bem de todos.
E, veja, se apoiado em sua atitude assertiva você consegue cativar as pessoas para se comprometerem junto com você, bem, isso é liderar!
Melhor que que ser assertivo é acertar. Melhor que acertar sozinho é acertarmos juntos.
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Os dois 'ss' do assertivo se conjugam melhor quando o caminho escolhido também for o correto. Aí acertamos na decisão, com 'c' mesmo. Assim é correto.
Em tempo: a palavra "acertividade", com 'c', simplesmente não existe.

quarta-feira, 23 de março de 2016

A melhor versão de si mesmo

Sempre gostei da palavra Areté, que em grego significa virtuosidade e é normalmente traduzida como excelência. Lembro que minha primeira palestra pública foi sobre este tema, em 2001! Já faz tempo.
Continuo considerando este um assunto essencial para qualquer líder. A liderança exige que se ofereça algo aos outros. Influenciar pessoas, cativar seguidores, coordenar equipes, cuidar dos liderados é sempre assunto relacionado ao grau de virtude que se tem.
Para expressar o melhor que temos, há que dominar os instintos e superar as limitações pessoais. Pois o melhor que temos é espiritual, transcende o animal em nós. Daí que Platão afirme que só pode ser um bom político aquele que governa a si mesmo, podendo oferecer suas qualidades aos governados. (Por isso a corrupção não pode ser "do político", pois quando se corrompe, o político deixa de sê-lo. Enfim, assuntos do momento...)
Achei a melhor definição do termo, contudo, com Brian Johnson. O cara tem um canal no youtube bem interessante e sua definição de Areté como a melhor versão de si mesmo é muito simples e precisa. Nossa virtuosidade e excelência é exatamente isso, o melhor que podemos ser, o melhor que podemos expressar.
Werner Jaeger em sua densa obra, Paidéia, fala sobre a formação de "almas de escol" (belo termo também, não?) mediante um treinamento que capacite o indivíduo a proferir belas palavras e realizar nobres atos. Quem de nós estaria impedido disso? Todos nós podemos. Requer esforço, treinamento, capacitação, educação.
O bom líder é assim: fala belamente e faz coisas boas. Você também pode, desde que seja sua melhor versão a atuar. Controlar os impulsos e não falar qualquer coisa; estar atento e não fazer besteiras. Vale à pena. Todos ganham com isso e você também.
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A você, leitor: qual a sua melhor versão?

segunda-feira, 21 de março de 2016

Manifesto contra a burrice - livro à venda

Livro "Manifesto contra a burrice" à venda na Amazon, para kindle.
"A burrice assola a população do planeta com suas garras invisíveis (ou visíveis?). Temos de lutar, valorosos, contra este monstro. E como fazer isso? 
A primeira coisa a fazer é reconhecer o inimigo. E a verdade é que ele se apresenta em qualquer um de nós, pois burros somos todos, às vezes. O que é inaceitável é a submissão. Ou seja, não podemos, seres humanos, aceitar a derrota. Nosso destino é a vitória sobre a besta, talvez a real besta do apocalipse. Só podemos aceitar um único caminho: vencer a burrice." 
Neste livro de crônicas o autor instiga os líderes a assumirem a responsabilidade de transformar-se a si mesmos e a dar o exemplo para a transformação dos demais. Trata-se de um convite, ou mais ainda, uma convocação: Liderar para um mundo melhor. 
[compre o livro na Amazon]

quarta-feira, 16 de março de 2016

Trabalhadores do conhecimento

Quando o simpático velhinho austríaco, Peter Drucker, popularizou o termo "trabalhadores do conhecimento" alguns pensavam que seria o único simpático velhinho austríaco tratando do assunto. Pouco depois dele, no entanto, Fritz Machlup, outro simpático velhinho austríaco, estudava o tema e publicava o The Production and Distribution of Knowledge in the US
Ambos percorreram o trajeto da Europa aos Estados Unidos e, depois de lá se radicarem, não deixaram de estudar o mundo, a sociedade, as tendências, a economia, o comportamento, a gestão e o homem. Machlup chegou a ser presidente da Associação Internacional de Economia, braço da ONU. Drucker ganhou notoriedade na administração de empresas, chegando a ser chamado de o pai da administração moderna. 
Ambos desdenharam o nazismo e optaram por um caminho livre. Não aceitaram o autoritarismo, embora não acreditassem em anarquia. Conheceram outro país, sem negar suas origens. Estudaram a economia, e mantiveram um olhar humano.
Ambos deram exemplo de como um profissional do conhecimento deve ser: eclético, com visão global, humanista. Chegando a influenciar milhares (milhões?) de líderes no mundo todo, até hoje. Temos muito a aprender com seus livros, mas mais ainda com seu exemplo.
Somos muitos no mundo de hoje. Os profissionais ou trabalhadores do conhecimento estão nos escritórios de consultoria, como eu; nos escritórios de advocacia, de arquitetura, nas empresas de engenharia, software, tecnologia; nas agências, estúdios, clínicas, universidades, centros de pesquisa etc. 
Para refletir: que exemplo poderemos nós deixar para as futuras gerações?
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Acho que os profissionais do conhecimento deveriam ser como Machlup e Drucker: globais, ecléticos e humanistas.
E velhinhos e simpáticos? Também. Primeiro simpáticos, depois velhinhos.

segunda-feira, 14 de março de 2016

Sabe-se lá...

A incerteza quanto ao futuro é uma das causas de estresse das pessoas. Todos nós, em vários momentos da vida, ficamos incomodados com a falta de clareza sobre o que poderá acontecer. São circunstâncias políticas, econômicas, familiares, profissionais; tantas dimensões na vida que se mostram por vezes incertas. Sabe-se lá o que vai acontecer...
Epíteto, filósofo estóico, dizia em Roma que há coisas que dependem de nós e outras que não dependem. Para além da obviedade da frase, acho que pode ser bem prático pensar e agir assim, não?Para além do fato de que ensinava isso há quase dois mil anos atrás, acho que pode ser aplicado agora também. Se por um lado não podemos definir tudo com clareza, podemos sim definir aquilo que está dentro de nossa esferas de domínios.
Os líderes são cobrados e chamados a responder sobre coisas desse tipo. Seguidores, liderados, subordinados, influenciados, exigem orientação e um esclarecimento sobre para onde estamos indo. O que vai acontecer com a empresa, afinal? Como vamos superar a crise? Por quanto tempo vai durar essa recessão? Que será que vai acontecer no governo?
Não sei responder à maioria dessas perguntas. Mas sei dizer com muita clareza que o que depender de mim será feito da melhor forma possível. Também posso convidar (ou melhor, liderar!) as pessoas para fazerem o mesmo: vamos fazer o que nos cabe com toda a determinação.
Diante da recessão, vamos movimentar nosso negócio. Diante da crise política, vamos estabilizar as nossas relações. Frente à incerteza econômica, vamos definir nossas certezas no escritório.
O que pode acontecer é tão incerto quanto as muitas variáveis em jogo. É impossível montar uma equação tão complexa. Sua solução, ademais, não parece ser de todo racional. Exige vontade, uma boa dose de intuição, assumir alguns riscos, forte energia emocional e assertividade.
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Com essa atitude, todo líder pode avançar com sua equipe no mercado que estiverem. Seja ele qual for, em que circunstâncias esteja. Pois isso é o que depende de nós.
Mas aos líderes que não se ocupam do que lhes compete diretamente, o que vai acontecer? Sabe-se lá...

segunda-feira, 7 de março de 2016

Sendo mais que uma simples raposa

Ser tudo para todos normalmente leva a ser nada para ninguém. Esta frase é dura, mas por demais verdadeira.
Um profissional medíocre -isto é, que está na média- pode se qualificar e tornar-se, daí, um bom profissional. E um bom profissional pode ser mais do que bom. No entanto, para isso, vai precisar entender um pouco sobre branding.  Pois veja: nós consideramos alguém mais do que bom se, e somente se, conseguimos ver nessa pessoa algo que a destaque da multidão. Sim, é uma questão mais de marketing do que de conhecimento técnico.
A dica essencial é definir-se: quem você é e o que oferece de valor? Quais os seus diferenciais? Como se posiciona no mercado? O que seus clientes ganham ao contratar você que ninguém ou poucos poderiam oferecer?
Não importa se você é autônomo, um profissional associado ou sócio de um escritório. Importante é deixar claro para seus clientes e seus colegas que é que o destaca da multidão. Aonde você é excelente e não apenas bom? O desafio normalmente é de abrir mão de certos trabalhos. Estratégia é mais um questão de decidir o que não fazer do que o que fazer.
Cativar pessoas significa tornar-se especial, sair da multidão, ganhar um rosto, deixar de ser parte da massa. Implica em escolher com quem queremos nos relacionar.
Alguns não vão gostar, talvez. Isso pode ser bom. As grandes marcas geram amantes e odiosos. Nunca indiferentes.
E dá trabalho. Requer um esforço continuado de comunicação com mensagens claras sobre quem somos e quem não somos. Aos poucos, vamos encontrando aqueles que nos são afins. A chave é a consistência da mensagem ao longo do tempo.
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De Saint Exupéry: A raposa ensinou ao pequeno príncipe como ele deveria cativá-la. Assim, ela deixaria de ser mais do que uma simples raposa para ele. Tornar-se-ia, então, especial.
Reflita sobre sua marca. Veja como comunicá-la. Cative seu público-alvo. Torne-se mais do que um bom profissional.