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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Como Lidar com o Futuro


Há muitos anos aprendi com um filósofo como devemos lidar com o futuro. Compartilho agora estes ensinamentos, já que estamos no final do ano e sempre é momento oportuno para refletir sobre isso.
Nossos projetos são como imagens lançadas numa tela... a tela do futuro. E em cada imagem há um fio invisível que se liga em nós. Somos a causa e a sustentação destes sonhos. Estão ligados a nós e os alimentamos. Se os deixamos, morrem. Se os apreciamos, ganham vida e clareiam seus detalhes. Podemos, progressivamente, planejar seus detalhes operacionais e levar à ação o que nasceu na mente.
Não deveríamos “correr atrás” do futuro, pois ele está sempre vindo até nós. É mais uma questão de alinhar o comportamento com a imagem lançada na dita tela. O comportamento –desde que coerente com o projetado – atrai, por assim dizer, a imagem do futuro para sua realização no presente. Aquele fio invisível pode ser puxado para que se concretize o sonho. Assim ganha nascimento concreto.
Já que o futuro está sempre “vindo” – pois o amanhã vai chegar, é inexorável – a estratégia de atrair as imagens para sua concretização é inteligente e economiza energia. Para que ir atrás das coisas se estas podem vir até nós?
A chave dessa estratégia está radicada na conduta do dia-a-dia, pois a coerência necessária do comportamento com o projeto futuro será provada a cada momento do cotidiano. Serão provas de pensamento, sentimento e ação. Devemos, para aumentar a probabilidade do êxito, pensar com foco nas metas ambicionadas; motivar-se e sentir a alegria de estar vivendo por isso; e agir com pragmatismo e eficiência para que a imagem do futuro “encaixe” num recipiente bem elaborado.
Como lidar com o futuro? Afirmando-se no presente.
O que será do amanhã? Aquilo que estamos atraindo para nós no hoje.
Então, a quem pertence o futuro? Ao indivíduo que conscientemente o atrai de acordo ao que pensa, sente e faz no aqui e agora.
As coisas não são aleatórias. Nem por acaso. Como dizia Poincaré, filósofo e matemático francês: “o acaso é a medida da nossa ignorância”.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

O Brilho do Líder


Quando admiramos alguém, copiamos seus gestos, sua fala, suas idéias. Utilizamos sua experiência como material para nossa própria experiência futura, como plano de auto-capacitação.
Quando admiramos alguém – e talvez até mesmo guardemos por ele uma espécie de respeito, devoção e carinho – ganhamos o privilégio de conhecer um sentimento que não é massivo. É de poucos o advento desta emoção superior que nos impele a ir em frente, dar continuidade a uma obra.
Quando admiramos alguém, passamos a ver suas pegadas – que são as marcas concretas de seus sonhos – e nos oportunizamos a nós mesmos marcar com as nossas pegadas este chão da história.
Se tens medo de perder tua identidade ao fazer assim, não faça. Mas é certo que não a tenha descoberta ainda... Quem é autêntico, não teme admirar e seguir bons exemplos. Aliás, não são estes os modelos que preenchem as lacunas do molde que nós mesmos encontramos dentro e que correspondente à nossa individualidade?
O brilho do líder é um reflexo. É o reflexo que se pode ver naqueles que o seguem, por carinho, apoio e admiração. Está não no líder, mas nos seus liderados. O brilho do líder é o brilho que se vê no olhar daqueles que fazem dele um líder. Por isso lidera. 

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

A Música da Equipe


São conhecidas as associações do líder com um maestro.
Há os que preferem a associação com uma banda de jazz, visto que na orquestra as coisas podem parecer muito paradas e com pouca adaptação; eu gosto de jazz (Miles Davis, em especial), mas também escuto música erudita (neste caso, Mozart, sem dúvida).
Para além das preferências de metáfora – ou de gênero – podemos relacionar o trabalho de uma equipe bem coordenada com alguns elementos das canções, tais como: ritmo, melodia e harmonia.
O ritmo é a expressão dos intervalos de som e silêncio no tempo. Daí vem facilmente a imagem do compasso típico de batidas como o samba, onde a percussão define bem o ritmo. Numa equipe com ritmo, o líder consegue equilibrar tarefas e conversas, ações e reflexões, ritmos e também contra-ritmos. Às vezes há que fazer um esforço acima do normal e a liderança precisa conseguir isso de seu time. Às vezes pode-se relaxar e resgatar lições aprendidas. Planejar, executar e replanejar e agir novamente. Tudo num compasso ritmado. Som e silêncio.
A melodia é o “desenho” da música e uma equipe em atuação também tem o seu estilo, seu design, sua maneira de fazer as coisas. A cultura do grupo é de um valor inestimável para o líder. É aí que se encontram valores, competências distintivas, procedimentos experimentados com o tempo e conhecimento adquirido pelas diversas provações do dia-a-dia. Direcionar a cultura organizacional é desenhar na história da empresa um rastro único. E uma equipe com melodia pode ser percebida bem de imediato. É como ouvir apenas algumas notas da música e já reconhecê-la.
E a harmonia é a complexa trama de arranjos instrumentais que deixa hipnotizado o ouvido treinado para percebê-la. Assim como alguns se deliciam ao escutar uma ária de Bach ou uma forma progressiva à lá Pink Floyd, para o líder experiente a harmonia de um grupo de trabalho harmonizado é música. É beleza. É genial!
E como saber se sua equipe toca boa música? Fique tranqüilo, todos da empresa vão escutar e ficar encantados. Talvez até balancem o pé ao seu ritmo, embaixo da mesa. Talvez se movimentem pela empresa copiando sua melodia como num assovio. Talvez se harmonizem junto com seu grupo ou até mesmo numa sala de reunião o mirem hipnotizados.  E lembre-se: não importa se Miles, Mozart ou Chico Buarque. Boa música é boa música. 

terça-feira, 4 de outubro de 2011

A Academia de Platão

Não ficavam jogando conversa fora lá.
O título da escola de formação de líderes de Platão - famoso filósofo-educador ateniense - se deve à homenagem a Akademos. Este herói não somente dava nome aos jardins próximos à escola platônica, mas servia de emblemático modelo ao que se fazia naquela escola. Na antiga paidéia grega o modelo de formação humana era o HERÓI.
Filho de um Deus com uma mortal, o herói simbolizava o caminho de desenvolvimento de um ser humano, desde seu nascimento, passando por diversas provas e lições, atá alcançar sua apoteose. Esta iniciação nos mistérios, como diriam os antigos, delimitava o encerramento de um ciclo de vida humano para adentrar ao divino.
O método de formação nestas escola (pois havia muitas) contemplava um ecletismo extraordinário e uma didática qualificada em base a diálogos, treinamento físico, vivências em grupo, reflexões, pesquisas, experimentos, meditação e exercícios que chegaram até nós, hoje, aos pedaços. Teríamos de recompor o método.
O fato é que LIDERANÇAS não são educadas de qualquer jeito. Há que dispor de uma estrutura pedagógica e didática refinada e cuja validação se dê em função de provações. Os líderes não são eleitos. São comprovados. Na Academia de Platão, não era questão de falar, só. Era questão de fazer, de mostrar.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Níveis de Maturidade do Líder


A liderança é uma capacidade que cresce com a experiência. Digo “capacidade”, por que é sempre muito confuso enquadrar o tema como competência, conhecimento, cargo ou atitude. Podemos dizer que é tudo isso junto, misturado. Uma capacidade, simplesmente.
Toda capacidade pode se expandir e se desenvolver. Não é só questão de tempo, obviamente. Mas é também questão de tempo.
Sabemos que o tempo não outorga nada de graça. Não basta esperar a cronologia dos anos passar... há que aproveitar as oportunidades que o tempo confere, nesta “dimensão da evolução”, como denominou o filósofo Jorge Livraga. Algumas pessoas não se modificam ao longo dos anos. Outras sim.
É que a experiência é fruto do tempo e da consciência. Juntos. Só tempo, não. Só consciência, com pouca vivência, também não. Ao menos no que tange à atividade do líder, posto que vai precisar de uma bagagem humana – recolhida em primeiro lugar da sua própria vida – para liderar seres humanos. E com isso vem a maturidade. Uma mítica filha do tempo vivido conscientemente; o produto de uma carreira cheia de acertos, erros, êxitos, dores, experiências integradas sem medo pelo profissional.
Podemos destacar alguns níveis de maturidade de um gestor:
  • Liderado
  • Líder
  • Líder de líderes
  • Educador de líderes

Tudo começa ao sermos liderados. Claro! Começamos a aprender como liderar (ou como não liderar) a partir de nossas experiências como integrante de uma equipe com um chefe ou coordenador. Aí começa a carreira de um grande executivo.
Como líder de um grupo de pessoas que devem realizar as tarefas, o profissional vai começar a entender que é necessário delegar, apesar de que a responsabilidade não passa adiante. Continua sendo dele. Agora ele tem dois problemas. Mas ainda assim é inevitável. Pois não pode fazer tudo sozinho.
Como líder de líderes, o gestor nasce como um executivo que conduz processos mais complexos, onde a atenção e o domínio do negócio se tornam diferentes. Agora as coisas tendem a fugir do controle. Há que ter muito mais atenção. E como? A experiência mostra que é possível, pois há bons gestores. Mas é difícil, ninguém pode negar.
E, finalmente, na apoteose da carreira de um líder, está a possibilidade de ser um educador de outros líderes. Ensinar o que sabe e formar novas lideranças. Apoiar o crescimento de outros gestores com sua experiência e conhecimento. É o mais legal! Poder ver pessoas crescendo naquele ofício que se viveu ao longo de alguns anos. A maestria só aparece quando se vêem os frutos. Os bons frutos. Outros líderes. Outros bons líderes.
Estes níveis de maturidade são trabalhados pela Grandi&Garay através de treinamento e consultoria. Se tens interesse em conhecer mais, entre em contato conosco. Só não pense que tudo isso é fácil. Só acha que é fácil, quem nunca viveu.