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sexta-feira, 26 de julho de 2013

O pequeno grande empresário

Hoje ministrei uma palestra na Câmara de Indústria e Comércio, em um evento do SEBRAE que, como se sabe, atende micro e pequenas empresas. Fiquei sensibilizado ao ver tantos líderes "de verdade", de "carne-e-osso", que dão sua batalha no dia-a-dia. São pequenos empresários? Tecnicamente sim, mas são grandes em atitude. Além do que, pode ser que dali saiam muitas empresas de grande porte no futuro. E mesmo que não aconteça isso, temos de considerar o valor desses indivíduos que representam a grande maioria das empresas no nosso país.
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Você quer montar sua empresa? Vai em frente (se for um bom negócio) e lembre-se de que todo grande empresário, antes de ser grande no tamanho da empresa que administra, é grande na sua atitude empreendedora.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Em busca de lideres... no passado!

Lee Iacocca escreveu um livro cujo título é "Onde estão os líderes?"; Barbara Kellerman publicou o seu "O Fim da Liderança"; uma busca no google com o texto "falta de líderes" me deu um retorno de mais de 28 milhões de links!!
Ram Charan, um consultor indiano famoso no mundo corporativo, um dos meus favoritos autores sobre liderança, afirma (eu também) que deveríamos interpretar a escassez de líderes como sinal de incompetência do modelo atual.
Ele sugere um processo de aprendizagem baseado na prática e na autocorreção, onde o processo de desenvolvimento dos líderes passe de um contexto menos complexo para outro, mais complexo. A cada nova experiência, o profissional vai sendo testado, provado e orientado. Isso me faz lembrar Platão, quando dizia que os verdadeiros líderes não podem ser eleitos, mas sim provados.
Vejam, há consenso de que precisamos renovar nosso métodos educacionais. Muitas organizações já o fizeram. A maioria ainda está perdida e completamente alienada deste fundamental desafio. Talvez o futuro seja áspero para elas... Mas, se ao invés de olharmos para o futuro, lembrarmos do passado, identificaremos muitas das práticas sugeridas por Charan, a General Electric e diversos outros cases de sucesso no desenvolvimento de lideranças, como experiências há muito testadas e comprovadas.
Formar líderes depende de exercícios, prática, experiências, laboratórios, orientação, correção (que pressupõe erros), e, até mesmo, instruções em sala de aula.
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Leia Platão, estude Confúcio, pesquisa a biografia de Alexandre, Júlio César, Napoleão, Churchill e Mandela. Você verá que temos muito a aprender com o passado. É só adaptar e aplicar a essência desse know how no presente. Aí teremos um futuro sem a carência atual de líderes.

terça-feira, 23 de julho de 2013

A Meritocracia dos Romanov

Lendo um livro sobre a história da família Romanov no comando da Rússia no século XVII, fiquei maravilhado com a visão de futuro e a noção estratégica dos dirigentes que governaram o país por mais de 100 anos. São temas que não estudamos comumente no ocidente...
Uma das iniciativas que me chamou a atenção, foi a criação do Quadro de Graus, por Pedro, o Grande. Após acabarem com o código de precedência, que garantia direitos pela hereditariedade, os Romanov criaram um sistema meritocrático baseado em 14 graus. Todo homem que se dedicasse à causa da Rússia, seja no exército ou como funcionário público poderia chegar a ser reconhecido e adquirir direitos econômicos e políticos. Tudo por serviço e mérito. Muitos não gostaram disso. Mas a criação desse sistema hierárquico possibilitou uma justa renovação dos quadros de dirigentes do império russo e mobilizou mentes e mãos em favor dos objetivos do Czar.
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Lição histórica 1: não há mérito por nascença, somente por trabalho.
Lição histórica 2: deveríamos estudar a história do oriente também.

sábado, 20 de julho de 2013

Escrever faz bem

Acho que as pessoas deveriam escrever mais. Percebo às vezes um medo ou receio de expressar-se pelo texto. E isso pode ser devido às novas modas de exagerar nas contrações e acrônimos (tbm, psc, asap, abs, att, gp, crm, etc.) que não excluem os já clássicos inglesismos; ou pode ser por falta de hábito, mesmo. Mas é certo que hoje as pessoas escrevem menos. Foi-se o tempo das cartas e o e-mail, com sua velocidade, tirou não só o romantismo de cena, mas eliminou também o bom costume da redação.
Mesmo que seja apenas como hobbie, escrever serve de motor para muitas faculdades, tais como: criatividade, concentração, discernimento, imaginação, etc. Ao escrevermos, temos de fazer escolhas, temos de elaborar com estratégia a melhor forma de comunicar, temos de reunir argumentos, temos de sintetizar idéias. É um baita exercício!
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Que lhes impede de escrever? Ora, justamente as novas tecnologias têm como benefício as muitas alternativas de redação. Não precisa publicar nada, se não quiser, mas por que não se dar ao direito de ver as próprias idéias e a ler a visão de mundo nas letras de seu texto?

quinta-feira, 18 de julho de 2013

O Valor da Comunicação

A comunicação deve tomar de 70% a 90% do trabalho de um líder no meio empresarial. Ou está lendo e escrevendo e-mails, participando de reuniões, apresentando projetos, negociando, visitando empresas ou comando a equipe. Quase tudo é comunicação.
Não seria plenamente lógico considerar que deveríamos dedicar, na mesma proporção, um tempo ao treinamento das competências associadas à comunicação?
Saber ouvir e saber falar; saber ler e saber escrever; isso é a essência do dia-a-dia das lideranças e portanto deveria ser igualmente a essência de sua formação e desenvolvimento. Uma dica é começar já a valorizar este assunto, dedicando-se com carinho às leituras, ao ganho de vocabulário, ao exercício de escutar com atenção e paciências às pessoas, tentando decodificar em profundidade as mensagens, e procurar escrever e falar com muita clareza, coerência, concisão e consistência.
E como medir esses fatores? Simples, basta responder para si mesmo as seguintes perguntas:
- Clareza: estou sendo objetivo? ele está me entendendo? Como posso garantir que ele esteja entendendo-me?
- Coerência: o que estou dizendo corresponde ao que realmente penso e faço? Estou demonstrando com meu corpo a mesma mensagem que sai pela minha boca com as palavras? Isso diz realmente respeito a mim?
- Concisão: eu poderia resumir? Poderia dizer o mesmo com menos palavras? Conseguiria sintetizar o recado em uma mensagem de menos tempo?
- Consistência: dá para sentir firmeza no que estou dizendo? Estou convencendo? A mensagem é confiável?
O modo mais seguro é checar diretamente com os interlocutores. Se for possível, é o melhor a ser feito, pedindo feedback direto, com cordialidade e verificando se o comentário corresponde ao que você quis realmente dizer.
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Digressão: quanto tempo será que as empresas não perdem devido à má comunicação? Acho que se pudesse ser mensurado, muitos gastos estão sendo causados por problemas nessa área...
Como dizia Weinberg, "o problema é sempre com as pessoas".

terça-feira, 16 de julho de 2013

Organização e Produtividade

Administrar o tempo, organizar o trabalho, ganhar eficiência e produtividade. Esses temas são típicos de cursos, palestras e livros e estão presentes no linguajar empresarial. Os líderes têm uma necessidade crescente nessa área, uma vez que a complexidade do mundo cresce e, apesar da promessa, as tecnologias não ajudaram, pois nos tornaram ainda mais expostos e aumentaram a carga de trabalho. A solução não é tecnológica, mas humana.
É uma questão de consciência e de desenvolvimento da capacidade de fazer o tempo "se dobrar" à nosso favor. Não é nenhuma maravilha da teoria da relatividade de Einstein, mas uma forma de mudar o referencial. Ao invés de corrermos atrás das coisas, temos de posicionar as coisas em torno de nós. Essa mudança de referencial é a chave para ser mais organizado e produtivo.
Algumas dicas práticas para conseguir isso:
- O tempo não é só quantidade (medido pelos ponteiros do relógio); é também qualidade e precisa ser qualificado. Isso requer atenção, alegria, método e comunicação. Os momentos agradáveis e produtivos são a evidência de que isso é assim, tanto quanto os momentos chatos e ineficientes.
- O espaço precisa de ordem. O caos não é produtivo. Mesmo nas nebulosas desse imenso universo, o caos é aparente. É a ordem que permite a fluências e o funcionamento das coisas. Cuidado com a síndrome da bagunça e sua fantasia de mais liberdade. Isso não é assim. A liberdade, já dizia Kant, está em não se deixar levar pelas tendências e instintos.
- Aceite suas características próprias e sua maneira de fazer as coisas. Desenvolva seus próprios métodos e ferramentas. Não adianta só copiar. É necessário adaptar tudo ao seu próprio estilo. Seja um software, uma agenda ou uma planilha, use-os permitindo-se adaptar ao seu modo de trabalho.
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Tudo isso permite "dobrar" o tempo e o espaço em torno de um eixo que é o líder mesmo. Em torno dele estão não só os seus liderados e o contexto de trabalho, mas também todas as demandas que surgem no dia-a-dia. Se você sai dessa posição central e vai à periferia, deixa de dominar o entorno, perde a capacidade de comunicar-se igualmente com tudo, desvia a atenção da sua equipe e perde eficiência. Como a luz, da teoria da Einstein, algo tem de ser fixo como referencial para os outros. Neste caso, é você, o líder.
Pensando bem, é sim uma maravilha da Teoria da Relatividade...

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Estratégias e Estrategistas, eis a questão

Quando vou a uma empresa interessada em contratar consultoria para o planejamento estratégico, é comum perguntarem com qual metodologia trabalho. Eis a questão. Normalmente transfiro a pergunta, questionando qual metodologia eles preferem utilizar. Explico que há muitos métodos, muitas ferramentas, inclusive softwares, e que isso não é o mais importante. Não por que sejam recursos inválidos, ao contrário, o instrumental de planejamento chegou num ponto de grande versatilidade e muitas opções. A questão é outra.
Pergunto: de que vale uma boa ferramenta para quem não sabe utilizá-la? É a mesma coisa com a estratégia e o planejamento empresarial. Precisamos de estrategistas, mais do que de métodos de planejamento estratégico. Eis a questão.
Cynthia Montgomery, professora de Harvard, no seu recente livro "O Estrategista" serve de apoio aos meus argumentos (afinal, ela é famosa, eu não). Mostra que a principal função da liderança é a estratégia.
Não só a elaboração, mas também a execução da estratégia correspondem às principais funções dos executivos. Mas eu acrescento que a maioria das empresas pretende resolver isso com instrumental, não com estrategistas. Falta dar atenção ao treinamento e ao desenvolvimento de líderes com poder estratégico real. Independente das metodologias.
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Então eu pergunto a você gestor: quer ser apenas um usuário de ferramentas de planejamento - seja ela qual for: BSC, PES, BOS, etc. e etc. a sopa de letrinhas é sempre engraçada... - ou você prefere ser um autêntico estrategista?
Ser ou não ser, eis a questão.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Vencer - que significa?

Relendo (pela terceira vez!) o fantástico livro do estrategista indiano Ketan Patel, consultor de bancos e governos pelo mundo todo, pensei em como o tema da ESTRATÉGIA pode ser profundo e rico. O autor de "O Mestre da Estratégia", editora Best Seller, fala algo que poderia sim mudar o mundo: a concepção de que a vitória não implica, necessariamente, ganhar e perder.
Vencer tem sido um sinônimo de ganhar, implicando na perda de alguém ou de muitos. Partindo dessa premissa, as formas de competição, dominação e exploração seguem como sendo estratégias aceitas pela sociedade atual, especialmente no meio corporativo e político. Acontece que raramente nos perguntamos se é realmente imprescindível que alguém perca... Será que essa é a única forma de vitória? Será que para eu vencer, alguém terá de perder? E isso seria realmente vencer?