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terça-feira, 19 de maio de 2015

10 mil horas... (ou, de onde vem o seu suor?)

Quando Malcolm Gladwell tornou pública a ideia de que se pode adquirir maestria em qualquer disciplina após 10 mil horas de treinamento e experiência, surgiram outros opinando de que isso depende muito mais de talento, tendências, habilidades inatas; numa palavra, vocação. No caso de estar em sua vocação, tudo fica mais fácil. Sim, mas não.
O que Gladwell afirma, entendo, não implica necessariamente em poder atingir a maestria em qualquer coisa. Outrossim, é notório que todos os grandes gênios em suas respectivas artes dedicaram-se com total esforço no seu aperfeiçoamento. Demóstenes, Leonardo da Vinci, Mozart, Shakespeare, Jordan, Pelé, Federer... todos deram exemplo de maestria - e de muita disciplina e esforço.
O potencial que temos - e todos temos - é um quase sem fim de possibilidades. No entanto, ele não se manifesta ao acaso. Não se pode associar a paciência à preguiça...
Para tornar-se exímio em qualquer atividade, é preciso, sim, de paciência (10 mil horas demora em acumular). Mas tem de suar muito.
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Onde estão as suas 10 mil horas? Em que coisas você tem acumulado experiência, know-how, especialidade, competências? De onde vem o seu suor?

segunda-feira, 11 de maio de 2015

O Problema da Lucratividade

Serviços de alto valor agregado são naturalmente lucrativos. O que se cobra pelas horas de consultoria, aconselhamento, transmissão de conhecimento, assessoria na análise de investimentos, orientação para a tomada de decisões, suporte para implantação de sistemas, ajuda para projetos e outras atividades, são normalmente serviços bem remunerados se comparamos com o custo para sua realização. Num simples cálculo da receita total dividida pelos custos e despesas, vê-se que a relação percentual é normalmente maior que 50%, podendo chegar a muito mais que isso. Ou seja, a lucratividade não parece ser problema, mas solução.
Pensando sobre o assunto, sócios de escritórios de advocacia, arquitetura, contabilidade, empresas de engenharia, software e tecnologia, entre outros serviços profissionais, podem não ver o problema... É que é justamente o fato de serem negócios lucrativos que os leva a negligenciar  a gestão do lucro, por exemplo. Escritórios bem remunerados podem ser mal administrados e o dinheiro "sai pelo ralo", muitas vezes agradando, no curto prazo, os sócios, mas sacrificando o futuro.
Outra problemática surge da relação com os clientes que, muitas vezes, não entendem a relação de lucratividade e acham que estão pagando caro demais. Falta-lhes a visão do que significa valor, em detrimento da convencional percepção de horas trabalhadas e tarefas executadas. Os clientes precisam, logo, ser educados. Do contrário, podem sim sentir-se enganados.
Há ainda a dificuldade da compensação financeira dos profissionais. Como remunerar a equipe, sócios e associados, tendo em vista a alta lucratividade de nosso negócio? Como não ser injusto? Como dar as sócios o seu direito de retorno e manter os associados motivados e satisfeitos?
Outro ponto: sustentabilidade. O negócio precisa ser visto como um ser vivo que tem seus ciclos, suas fases de expansão, crise, introspecção, recuperação, renovação, desenvolvimento, etc. E para cada etapa da vida é necessária justa quantidade de energia - financiamento, em linguagem de business.
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Você, sócio de um escritório de serviços profissionais, intensivo em conhecimento e com alto valor agregado, já refletiu sobre os problemas da lucratividade?

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Ambicioso, não ganancioso

Este é o perfil de cliente que gosto de assessorar. Para mim, como consultor, fica difícil ajudar quem não tenha ousadia e determinação para crescer e desenvolver seu negócio. Na falta de ambição, de um claro anseio por avançar, vem a inércia, a passividade. Na verdade, eu nem tenho muito o que fazer nestes casos. Mas será que isso se aplica somente aos meus clientes?
Há muitas pessoas que têm receio de serem vistas como ambiciosas. Seja por que não são mesmo, seja por que acham que seria ruim para sua imagem. Talvez o problema seja de confundir a ambição com a ganância. O ambicioso que realizar coisas; o ganancioso quer coisas para si.
É muito chato lidar com gananciosos. São de uma fealdade de comportamento... Afastam de sua proximidade pessoas visionárias, pois como uma voragem que tudo engole, querem para si - e somente para si - tudo o que as cerca. E os visionários não aceitam ser engolidos. Assim, os gananciosos ficam às voltas de outros como eles. Todos gordos, gordos de egoísmo, engolindo-se a si mesmos. Tem uma similaridade da ganância com a gula, parece. Pecados capitais.
Seja como for, essa obsessão pode causar mal a muita gente. Eu não quero trabalhar com clientes gananciosos.
Já com os ambiciosos, quero proximidade. Me interessa estar junto com gente que quer criar, desenvolver, elaborar, inventar, realizar. Assim, juntos, podemos fazer o bem, promover a riqueza, o progresso, o avançar da ciência, dos negócios, das organizações, das pessoas, de tudo o mais. Essa é a vocação da liderança.
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Um bom líder deve sonhar, ter metas ousadas, querer constantes desafios. Sobressair-se. Conquistar cada vez mais algumas páginas para si na história. Entretanto, nessas páginas, é melhor que sua assinatura seja de um ambicioso, mas não ganancioso.