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terça-feira, 25 de novembro de 2014

Ajudar os outros é ajudar a si mesmo

Uma das coisas que mais gosto de fazer é fumar um charuto pensando no problema dos meus clientes. É quase cinematográfico, eu sei. Ainda mais se você adicionar o som do jazz de Miles Davis (meu preferido) e uma taça de um vinho espanhol...
Pensar no problema dos outros é um desafio intelectual. É como um quebra-cabeça, às vezes. Preciso encontrar o arranjo harmônico das peças para ajudar outras pessoas. Quando falta alguma peça, preciso ter o insight que vai apontar onde está a solução. Fico preenchido pelo problema dos outros.
Também é um desafio emocional, pois não raro fico pressionado, querendo achar a saída do labirinto. Sinto-me parte do grupo que está tentando achar a saída. Estamos num labirinto. Há monstros lá dentro. Há perigo, riscos. Um negócio não é brincadeira, é coisa séria. E me junto aos meus clientes para levar o empreendimento adiante.
Ocupar-se dos problemas dos outros é um gesto deveras altruísta, generoso. Quando nos dedicamos a ajudar, a ser útil para outras pessoas, ganhamos a energia extra para lidar com as circunstâncias. Do contrário, voltado para o próprio umbigo, fechamo-nos, constrangemo-nos em nossa insignificância dentro de um universo tão espaçoso. Nosso valor está mais em sermos para os outros do que em sermos para nós mesmos.
E se você pensa que não há altruísmo nenhum, somente profissionalismo. Tudo bem. Eu até aceito ser criticado pelo meu exagerado profissionalismo. (Mas isso não quita meu sonho de imaginar-me ao lado de outras lideranças, ajudando a solucionar seus problemas).
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Dedicar-se ao problema alheio deixa a vida mais leve. Os seus próprios ficam menores, menos importantes. Ajudar outras pessoas é ajudar a si mesmo.
Cada um com seus problemas... Os mais felizes, com muitos problemas dos outros.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Serving is Selling is Serving

David Maister, o guru dos serviços profissionais, diz que vender e atender o cliente são a mesma coisa.
Interessante o ponto de vista para muito de nós, profissionais do conhecimento, que muitas vezes não nos sentimos à vontade com a ideia de ter de vender a nós mesmos. Por mais que se diga que não é vender a si mesmo, mas as suas competências, é comum o desconforto no processo de desenvolvimento de novos clientes...
No seu livro "The Trusted Advisor" (algo como "o conselheiro de confiança") o autor afirma que quando queremos vender nossos serviços, precisamos oferecer uma espécie de amostra grátis ou test drive. Uma vez que o cliente experimente um pouco do trabalho, vai querer contratar. Da mesma forma, quando estamos atendendo o cliente durante um contrato, prestando o melhor serviço que pudermos, estamos simultaneamente fazendo marketing e despertando o interesse do cliente por novas contratações. Para Maister, serving is selling is serving (atender é vender é atender).
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E lembre-se que "to serve", numa tradução literal, é servir. E servir é uma virtude toda especial quando tem a conotação de ajudar, ser útil para outras pessoas, fazer algo bom. Daí poderíamos até parodiar dizendo que ajudar é vender é ajudar.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Resistir. Ao quê?

Sempre aprendi dos meus instrutores de artes marciais que resistir às adversidades é uma das principais virtudes de um homem virtuoso. Assim, inspiro-me constantemente com as histórias de Leônidas e os 300 espartanos que resistiram aos persas; do imperador Marco Aurélio que sustentou as fronteiras de Roma; de Giordano Bruno que se manteve lúcido após ser preso pela inquisição; de Nelson Mandela, por sustentar o princípio de fraternidade quando poderia se vingar após tantos anos de Apartheid na África do Sul. Homens de valor. Todos resistiram às circunstâncias com hombridade.
Mas não é verdade que às vezes a virtude está em não se submeter? A aceitação das provações é tão gloriosa quanto a não aceitação de injustiças. E não seria uma injustiça permanecer em condições que não conferem com o que diz nosso coração? Há momentos em que intuímos que não devemos ficar onde estamos.É ou não é, que durante a vida uma voz interna às vezes sugere mudança?
Neste caso, acho que a fortaleza interior está mais relacionada à capacidade de decidir-se por mudar. E aceitar, claro, todas as consequências que podem vir daí... O compromisso tem de ser total.
Para mudar, é preciso grande força para resistir às tentações da acomodação, ao medo que leva à postergar, ao apego pelo passado. Resistir é, também, escolher quais adversidades enfrentar. Não podemos confundir a capacidade de sustentar uma posição com firmeza com a inércia, a dúvida ou o comodismo.
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E como saber ao certo?
Bem, discernir se é hora de resistir no lugar ou se é hora de sair do lugar é questão de sabedoria. E ela vem com uma boa dose de experiência de vida: um acúmulo mais ou menos equilibrado de erros e acertos.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Gente Inteligente

É agradável estar acompanhado de gente inteligente.
A inteligência propicia assunto para conversas, estímulo para a generosidade e incentivo contra a mediocridade. Tornamo-nos melhores pela convivência com gente assim.
E pode acontecer em presença física. Pode ser pela interação no trabalho, na família, na universidade, entre amigos num evento social.
Pode acontecer à distância, como ao telefone, skype, whats up, ao assistir uma entrevista, documentário ou programa cultural.
E pode, ainda, se desenvolver no imaginário, quando é o caso de estarmos acompanhados de personagens de filmes (no cinema, em companhia de centenas de outras pessoas), na leitura de um bom livro, escutando a música predileta ou andando pelas ruas de uma cidade com história milenar...
À companhia de gente inteligente, eduzimos a nossa própria. E a evidência de que nós nos tornamos gente assim é a expressão de um comportamento pletórico de virtudes - coragem, humildade, solidariedade, justiça, amor, respeito, sinceridade, e tantas mais.
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Sempre opte pela companhia dos bons. Essa era a dica de Sêneca, Cícero, e tantos outros. Num mundo aonde isso pode até ser raro, há que fugir do mal. E isso requer inteligência a toda hora. Precisamos, cada vez mais, de gente inteligente!