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segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Resistir. Ao quê?

Sempre aprendi dos meus instrutores de artes marciais que resistir às adversidades é uma das principais virtudes de um homem virtuoso. Assim, inspiro-me constantemente com as histórias de Leônidas e os 300 espartanos que resistiram aos persas; do imperador Marco Aurélio que sustentou as fronteiras de Roma; de Giordano Bruno que se manteve lúcido após ser preso pela inquisição; de Nelson Mandela, por sustentar o princípio de fraternidade quando poderia se vingar após tantos anos de Apartheid na África do Sul. Homens de valor. Todos resistiram às circunstâncias com hombridade.
Mas não é verdade que às vezes a virtude está em não se submeter? A aceitação das provações é tão gloriosa quanto a não aceitação de injustiças. E não seria uma injustiça permanecer em condições que não conferem com o que diz nosso coração? Há momentos em que intuímos que não devemos ficar onde estamos.É ou não é, que durante a vida uma voz interna às vezes sugere mudança?
Neste caso, acho que a fortaleza interior está mais relacionada à capacidade de decidir-se por mudar. E aceitar, claro, todas as consequências que podem vir daí... O compromisso tem de ser total.
Para mudar, é preciso grande força para resistir às tentações da acomodação, ao medo que leva à postergar, ao apego pelo passado. Resistir é, também, escolher quais adversidades enfrentar. Não podemos confundir a capacidade de sustentar uma posição com firmeza com a inércia, a dúvida ou o comodismo.
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E como saber ao certo?
Bem, discernir se é hora de resistir no lugar ou se é hora de sair do lugar é questão de sabedoria. E ela vem com uma boa dose de experiência de vida: um acúmulo mais ou menos equilibrado de erros e acertos.

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