São conhecidas as associações do líder com um maestro.
Há os que preferem a associação com uma banda de jazz, visto
que na orquestra as coisas podem parecer muito paradas e com pouca adaptação;
eu gosto de jazz (Miles Davis, em especial), mas também escuto música erudita
(neste caso, Mozart, sem dúvida).
Para além das preferências de metáfora – ou de gênero –
podemos relacionar o trabalho de uma equipe bem coordenada com alguns elementos
das canções, tais como: ritmo, melodia e harmonia.
O ritmo é a
expressão dos intervalos de som e silêncio no tempo. Daí vem facilmente a
imagem do compasso típico de batidas como o samba, onde a percussão define bem
o ritmo. Numa equipe com ritmo, o líder consegue equilibrar tarefas e conversas,
ações e reflexões, ritmos e também contra-ritmos. Às vezes há que fazer um
esforço acima do normal e a liderança precisa conseguir isso de seu time. Às
vezes pode-se relaxar e resgatar lições aprendidas. Planejar, executar e
replanejar e agir novamente. Tudo num compasso ritmado. Som e silêncio.
A melodia é o
“desenho” da música e uma equipe em atuação também tem o seu estilo, seu
design, sua maneira de fazer as coisas. A cultura do grupo é de um valor
inestimável para o líder. É aí que se encontram valores, competências
distintivas, procedimentos experimentados com o tempo e conhecimento adquirido
pelas diversas provações do dia-a-dia. Direcionar a cultura organizacional é
desenhar na história da empresa um rastro único. E uma equipe com melodia pode
ser percebida bem de imediato. É como ouvir apenas algumas notas da música e já
reconhecê-la.
E a harmonia é a
complexa trama de arranjos instrumentais que deixa hipnotizado o ouvido
treinado para percebê-la. Assim como alguns se deliciam ao escutar uma ária de
Bach ou uma forma progressiva à lá Pink Floyd, para o líder experiente a
harmonia de um grupo de trabalho harmonizado é música. É beleza. É genial!
E como saber se sua equipe toca boa música? Fique tranqüilo,
todos da empresa vão escutar e ficar encantados. Talvez até balancem o pé ao
seu ritmo, embaixo da mesa. Talvez se movimentem pela empresa copiando sua
melodia como num assovio. Talvez se harmonizem junto com seu grupo ou até mesmo
numa sala de reunião o mirem hipnotizados.
E lembre-se: não importa se Miles, Mozart ou Chico Buarque. Boa música é
boa música.