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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

O valor da autoridade

Thomas Carlyle foi um historiador e filósofo escocês que insistiu na concepção dos grandes líderes como motores da história.  A despeito das influências que possa ter tido em autoritários, é fato que ele serve de referência para entendermos a autoridade.
Hoje a autoridade é ruína. Não se respeita, não se aceita, não se admira, não se busca. Nem líderes nem liderados têm consenso justo sobre um sentimento e/ou um pensamento do que seja a da autoridade. Pois a etimologia ajuda: auctoritas, do latim, refere-se ao poder moral acumulado pela biografia. É mérito e conquista; fundamenta-se em provas de vida, não em teorias.
Como recuperar a autoridade? Na sociedade e no indivíduo isso depende de educação, cultura, vontade, esforço. E paciência, claro. Hoje não temos muitos leitores de Carlyle porque não há mesmo grandes líderes. Estamos carentes do objeto de comparação de seus estudos.
Sem autoridade surgem seus extremos defeituosos: autoritarismo ou anarquia. Como na receita do justo meio de Aristóteles, temos de buscar algo que negue estes extremos, ambos problemáticos. Quem quer ser vítima de um tirano? Quem quer viver numa comunidade caótica? Precisamos revisar nossa relações humanas e reivindicar o que há de mais humano em nós. E não consigo ver a liderança excluída dessa condição.
Um novo contrato social? Ou talvez o mesmo, o mesmo de sempre. Ninguém segue, ou ao menos não deveria seguir, um líder sem autoridade. (Os seguidores são responsáveis pela liderança também!) Então não me venham com desculpas superficiais com relação à influência que Carlyle e outros possam ter tido em autoritários. Tanto uns quanto outros, sempre, têm um contexto muito determinante para sua explicação histórica. Não servem, pois, para negar uma verdade bem empírica: sem grandes líderes a história fica estagnada. Ou ao menos murcha.
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Você receia a autoridade? Cuidado, pois pode ser vítima do autoritarismo ou da anarquia. Não importa, ambos são bem parecidos nos seus efeitos.

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