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quarta-feira, 3 de abril de 2013

"Estou meio sem tempo"

Isso pode ser até um problema metafísico: como alguém pode estar sem tempo?! Todos temos as mesmas 24h para gastar por dia. Este, que é o tempo que a Terra demora para girar em torno de seu próprio eixo, pelo que me consta, é o mesmo para todo mundo que está sob a superfície do planeta.
Essa frase é utilizada comumente para dizer outra coisa: isso não é a minha prioridade. Pois se fosse, eu poderia estar sem tempo disponível para fazer outras coisas, não isso.
Acontece que as prioridades podem não ser conhecidas. Mas precisamos refletir sobre elas, para conhecer o que nos é válido. Daí virá o entendimento que o tempo não é só quantidade, mas sobretudo qualidade. Mais do que fazer coisas, ou deixar de fazê-las, é questão de ESCOLHAS. O que me comprometo em fazer e, igualmente, o que me responsabilizo por não fazer.
Teríamos de distribuir as coisas numa hierarquia de prioridades, de modo que aquelas menos importantes para nós, ao não serem realizadas, não vão dar a sensação de perda. Mas se deixarmos de fazer o que está no topo dessa hierarquia, a consciência vai pesar.
Portanto, não ficamos sem tempo nem "meio sem tempo". Ficamos, isso sim, mais ou menos incomodados por fazermos ou deixarmos de fazer o que é válido para nós. Desde que, claro, nos conheçamos.
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E quanto ao interesse de "fazer tudo"; ou quanto às tentativas de "fazer alguma coisa"; ou, ainda, o desejo de "fazer qualquer coisa"; cuidado! Tudo, algum, qualquer, não são coisas importantes. São coisas desconhecidas.

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