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quarta-feira, 10 de abril de 2013

"O poder corrompe"

Não, o que corrompe é a falta de poder.
O sujeito que se corrompe não tem poder moral. Num cargo de alta responsabilidade, sem capacidade própria, sem força de caráter, se corrompe. Ou seja, faltou-lhe algo. Não era por que tinha, mas por que carecia. A carência de virtude é o problema.
Poder vem do latim, potestas, e junto com o termo autoridade, também do latim, auctoritas, formam uma dualidade sempre mal compreendida. Aliás, muitos intelectuais continuam repetindo a frase de Lord Acton de que "o poder corrompe" - os mais intelectuais completam, com nariz impinado, "e o poder absoluto corrompe absolutamente". Isso é uma besteira. Para os antigos romanos, potestas era atributo dos deuses, auctoritas uma qualidade moral acumulada por anos de serviço público.
Vejam, se alguém tem poder (capacidade) de fazer algo, por que pagaria propina para outro fazer por ele? Se alguém não pode (não tem poder) para agir, é aí que se corrompe. Quem rouba, rouba ou por que não tem o que comer, ou por que não tem caráter, ou por que não tem consciência. Poder é ter capacidade para, é dispor das condições para. Seja atuar, pensar, falar, etc.
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Em última instância, o poder é divino, universal, impessoal. O que podemos desenvolver é autoridade, como fonte e forma de exercer uma influência moral, baseada em valores, conhecimento e trabalho. Pena que Júpiter não lança mesmo alguns raios na cabeça dos corruptos...



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