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segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Qual é a nossa Vitória?

A comida do homem é o significado. E há muitos homens desnutridos no mundo...
Traduzir as experiências requer um mínimo de filosofia; no entanto, tão voltados para fora como estamos, nos resta pouca humanidade na superfície. Fica o potencial exclusivo do homem de meditar encerrado em um coração saudoso de si mesmo. Triste, anda só pelo mundo. Faminto, porém sem saber se alimentar. Sedento, buscando inocuamente saciar-se no consumo das horas vazias, mecânicas, repetitivas.
Como salvar o homem? Dando-lhe exemplo de humanidade. Um clássico humanismo é como uma dose necessária de soro para resolver a crônica doença. D´onde a fonte? Nos clássicos, que devem voltar à moda.
Ortega é muito prático no seu racio-vitalismo: "O homem é ele e suas circunstâncias". Mas é ele! Não só suas circunstâncias. Sobretudo, ele. Ou, primeiro ele.E a partir dele, de si mesmo, pode expressar sua natureza.
Botar para fora quem se é! Ser generoso com o mundo e com as pessoas - consigo mesmo - dando o que se tem, o que se é. Nas frases de um Píndaro, na teoria histórica de um Cícero, na ousadia avassaladora de um Alexandre.
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Qual é então a nossa Vitória? É gastar a vida em função disso. O entendimento é uma face da vitória. A outra, o cansaço. Aquele cansaço estóico , tão preenchido de significado, cheio de sentido, pleno e contente consigo mesmo e certo de haver outrora tocado o fundo das coisas e certo de estar no momento satisfeito por ter vivido. Só isso.

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