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segunda-feira, 8 de junho de 2015

O que realmente importa

Lendo o excelente artigo da McKinsey, onde alguns executivos seniores falam sobre o que é e o que não é atemporal  na liderança, reafirmei minhas convicções sobre o que costumo ensinar a respeito da liderança em geral e da formação de líderes em especial.
Parece que o essencial para a formação de bons líderes está nas palavras de Platão e Confúcio tanto quanto em evidências contemporâneas da psicologia. Coisas como conhecer-se e controlar os próprios instintos, lidar com as próprias emoções e estar sempre alerta ao que acontece dentro de si mesmo é um dos fundamentos.
Também essencial é a capacidade de reunir as pessoas em torno de um ou mais objetivos e dirigir a energia do grupo para a ação. Nisso entram aquelas famosas habilidades de delegar, orientar, dar feedback, coordenar tarefas e etc. Isso muda com o tempo na medida em que as equipes que você lidera mudam e inclusive as funções e os cargos de chefia. No entanto, o poder geral de estabelecer e desenvolver relações humanas é também algo fundamental no líder - o de hoje e o de sempre.
Que o contexto se modifica? Sem dúvida, essa é a principal característica dessa "terceira esfera" da liderança. Onde se dá o fenômeno da liderança? Na empresa do século XXI ou nas trincheiras da Primeira Guerra? No clube esportivo ou num hospital de pronto emergência? Na Grécia do século IV a.c. ou em plena crise imobiliária nos EUA? O contexto está em constante mudança, sim. É o deleite de Heráclito. Mas tem coisas que são evidentemente atemporais na formação de bons líderes e é aí que Parmênides se deleita.
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Saiba que os bons líderes estão sempre se adaptando ao ambiente. Quando muda o contexto e o líder fica fixo na posição antiga, incapaz de se modificar, ele está dando mostras de que precisa melhorar sua concentração e sua capacidade de ver as coisas. E daí voltamos inexoravelmente ao que não muda... seu auto-exame. O atemporal da liderança não nega as mudanças do mundo, as inclui.
Então, Platão e Confúcio seguem sendo mestres da liderança. Mas só do que é atemporal. Ou seja, do que realmente importa.

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