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segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Como lidar com a tristeza

Parece que o consumo de anti-depressivos dobrou nesta última década. E ainda que alguns pacientes tenham prescrição médica adequada para este tipo de droga, parece-me que vivemos um momento em que as pessoas não sabem lidar com suas emoções, sobretudo com a tristeza. Vejamos...
Há algum momento na história da humanidade em que o homem não tenha tido experiências de tristeza? É possível que alguém viva a vida sem sentir-se triste? Seria a tristeza algo de todo ruim, sem valor existencial ou sem utilidade para o desenvolvimento de nossas identidades? A tristeza deve ser sempre interpretada como oposto da felicidade? Ou seria, às vezes, um modo de reconhecer limites e defeitos e até uma forma de catarse e melhoria interior? Será possível indivíduos poderem viver sem resistência a momentos difíceis e, portanto, tristes? Não seriam as gerações atuais menos resilientes?
A sociedade contemporânea está doente, se estiver certo o dado de que quase 50% da população deveria ingerir anti-depressivos. E qual é o remédio para a doença? O anti-depressivo (solução paliativa) ou uma solução de causa, capaz de eliminar a necessidade da droga?
Para lidar com a tristeza talvez seja necessário um pouco da velha fortaleza interior, tão comum nos textos (e nas biografias) dos filósofos estóicos. Sêneca, falando sobre a brevidade da vida, a tranquilidade da alma, a felicidade, etc., é muito mais prático e muito mais belo do que as tarjas dos alopáticos modernos...
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Parafraseando o título de Lou Marinoff que diz "mais Platão e menos Prozac", não seria de sugerirmos "mais Sêneca e menos anti-depressivo"?
Os remédios são validados pelas universidades e pelos laboratórios? Sim, mas a filosofia perene é validade pelo tempo. Muito mais categórico.

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