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segunda-feira, 31 de março de 2014

O Medo "Certo"

Lendo o livro de Ken Follet, "Queda de Gigantes", identifiquei-me com alguns personagens que, durante a Primeira Guerra, não deixam de voluntariar-se para o combate. Não que fossem interessados em conflitos, em mortes, ou em armas; não que preferissem a guerra à paz; é que não poderiam deixar o tempo falar às suas costas, anos depois, que foram covardes.
Mas se agiram por medo, não foram covardes de qualquer jeito? Ter medo de lutar seria errado, mas agir por medo da vergonha decorrente de sua omissão seria certo?
Ao que parece, todos temos nossos medos... Mas há medos maiores. Ninguém gostaria de passar pelas agruras do campo de batalha, pelo frio, pela possível dor dos ferimentos, entretanto alguns preferem isso ao sentimento de que não lutaram por falta de coragem.
Na vida - não necessariamente em guerras - passamos por situações equivalentes, onde nossas decisões são motivadas pelo medo. É como se existisse o medo "certo" e o medo "errado". O difícil é discernir este medo  "certo" que impele à virtude, daquele que demarca um defeito de caráter.
Parece que Platão também concordava com isso, pois dizia que todo homem teme a dor e a vergonha. E dizia ainda que a coragem e o valor não significariam não ter medo, mas agir apesar dele, buscando o que é justo.
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E você amigo leitor? O que você teme? Quais seus incômodos, quais suas angústias? Que coisas lhe dão o terrível medo de se arrepender, de ser visto como incapaz ou de ser acusado de covarde?
Uma última dica para a reflexão: se fosse por Platão, a referência seria o Bem. Então, cuidado para não superar o medo causando males; o medo "certo" permite que façamos o coisa boas, para nós mesmos e para as pessoas à nossa volta.

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