Páginas

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Vai voltar mais velho...

Ainda lendo o livro de Ken Follet (são mais de 700 páginas!) pensei em compartilhar com meus leitores a reflexão de uma personagem falando sobre seu irmão mais novo. Ela disse: "...ele sempre foi maduro e responsável para sua idade, e certamente após a guerra vai voltar mais velho."
Nós sempre tornamo-nos mais velhos depois das guerras.
A velhice, neste sentido, não é questão de tempo, mas de experiência. O tempo é só um amigo que ajuda a percorrer um trajeto do qual recolhemos coisas úteis para o nosso desenvolvimento. A experiência é que faz a diferença.
Conhecemos gente velha com pouca idade. Conhecemos gente com mais de sessenta anos com pouca experiência de vida. Isso corresponde a um dos temas mais curiosos da vida humana: o quanto vale à pena viver as coisas que vivemos; e se não seria melhor optar por outro caminho...
Mas a falha na reflexão pode estar no princípio que rege os sonhos de cada um. Quem busca dinheiro, pode se contentar com as cicatrizes típicas disso; quem busca status, reconhecimento e promoção profissional, vai se contentar com outras dores; quem, enfim, busca algo transcendente, maior, idealista, vai assumir os riscos de uma outra guerra.
Cada campo de batalha oferece as suas feridas próprias. Se vamos voltar mais velhos, acho que vale à pena poder escolher quais lembranças, aprendizados e marcas aceitamos trazer junto. E quais não.
----
Afora o fato de que as guerras deixam pessoas traumatizadas, afora o fato de que as guerras físicas (com bombas e armas) deixam mortos, temos nela um símbolo sempre repleto de significados. Por que será isso? Talvez porque seja realmente inerente à natureza humana, de um jeito ou de outro.
Mas lembre-se: fazer escolhas também pertence à nossa natureza, e à melhor parte dela. Portanto, escolha sua guerra e escolha sua paz.

Nenhum comentário:

Postar um comentário