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segunda-feira, 18 de julho de 2016

Simbolizo, logo sou saudável

Tive uma aula sobre Carl Jung com uma psicóloga há alguns dias atrás. Além de conhecer muito o tema, inspirou-me reflexões interessantes sobre a liderança.
Jung teve alguns anos de cooperação com Freud. Depois vem Adler, considerado o representante da segunda escola austríaca, sendo Freud a primeira. Viktor Frankl é dito fundador da terceira escola com sua logoterapia e seu maravilhoso livro "Em busca de sentido". Os estudos da psique evoluíram ao longo do século XX e hoje temos muitas opções de paradigma: desde o mais conservador psicanalítico, passando pelo mais pragmático americano ao estilo de William James, até as ousadas formulações da psicologia transpessoal. Porém...
Quem conhece um pouco das tradições clássicas (ou quem as conhece a fundo) sabe que muito dos avanços da ciência recuperam a sabedoria arcaica. Ou ao menos lhe dão validação. Aos desavisados, fica a dica: o progresso da ciência não significa necessariamente um distanciamento do passado, e sim uma aproximação do futuro, como ideal.
Como aprendi com minha amiga psicóloga, Jung ensina que nossa saúde psíquica depende da nossa capacidade de simbolizar. Damos significado às coisas à medida em que construímos dentro de nós - a partir de arquétipos coletivos ou não - um símbolo que representa o sentido das experiências vividas.
Aos líderes em geral: quando influenciamos outras pessoas estamos carregando seu arsenal simbólico com nosso exemplo. Se somos bons líderes, éticos e competentes, nossos liderados ganham a esperança de um mundo melhor. É um símbolo, mas os símbolos curam. Então sejamos responsáveis e tenhamos a convicção de que podemos fazer muito mais pelas pessoas do que apenas saber coordenar bem uma equipe de trabalho.
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Não somos tão racionais como parecemos ou como queremos ser. O imaginário é forte na nossa conduta individual e coletiva. A liderança se expressa também nessa dimensão. Embora um assunto complexo, é necessário considerar a repercussão que geramos ao liderar grupos humanos. Não é só saber delegar tarefas; estamos afetando as pessoas. Que sejamos símbolos de coisas boas então!

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