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segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Não reagir

Depois de mais de vinte anos preso pelos brancos, Mandela chega à presidência e não reage à opressão que sofriam os negros na África do Sul, o Apartheid.
Martin Luther King, também negro, militante de uma causa contrária ao racismo nos Estados Unidos, mesmo sofrendo e vendo sofrer muitos de seus companheiros, não reagiu com violência. Ao contrário dos panteras negras e das ideias de Malcolm X.
Vaclav Havel, presidente da republica Tcheca após a queda do regime comunista, liderou a Revolução de Veludo protagonizando uma mudança sem derramamento de sangue. Não reagiu aos seus antigos inimigos da StB, embora muitas vezes tenha sido preso por eles.
Mandela era boxeador. Luther King não parecia frágil. Havel sobreviveu à StB.
Não reagir é bem diferente de submissão ou covardia.
Nas artes marciais aprendi que o mais difícil é atuar sempre consciente, nunca por medo ou por raiva. E na prática, muitas vezes, pude ver a vantagem de um lutador que não reage por impulso, por instinto. Ele normalmente vence, pois acaba dominando a situação. Seu adversário cai dentro de sua esfera de influência.
No final das contas, nosso único inimigo é a ignorância. Nunca o ser humano. Para liderar mudanças recomendo não deixar-se envolver, não se identificar com os problemas, não reagir. A ação consciente pressupõe liberdade e independência.
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Você reage?
Tente agir a partir de suas convicções com clareza e diplomacia. Sei que é difícil. Eu mesmo sou colérico e tenho de fazer esforço para superar meu temperamento. É sempre melhor. Para todos.

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