Gladwell é um dos meus prediletos cronistas. Gosto de ler seus artigos e livros.
Este assunto do homem como fruto do meio ou o contrário pode ser ampliado. Não é hora de acrescentarmos um "golpe de vista" diferente? Chega de conflito entre psicologismos e sociologismos. A questão é mais profunda e, penso eu, inclusive mais prática.
Vejam que há uma tensão entre a influência que sofremos do meio e a influência que causamos no meio. Mas há também uma sorte de tensão média, que se dá antes de influenciarmos o meio a partir de nós mesmos: trata-se da influência que causamos, de dentro para fora, em nós mesmos. Assim, haveria que definir não somente dois vetores em construção contínua da realidade, mas três:
- Influência do meio sobre as pessoas;
- Influência das pessoas sobre o meio;
- Influência do indivíduo sobre si mesmo.
Acho que Gladwell e todo mundo que versa sobre este assunto não incorpora este vetor às suas reflexões...
Por exemplo: a partir disso, qual o papel da Vontade na construção da realidade? Há diferença entre o que a Vontade pode fazer quanto à realidade pessoal e a realidade coletiva? Esta diferença é de efeito ou apenas de tempo? Isto é, é diferente a consequência ou apenas uma é mais imediata, enquanto outra demora mais a resultar?
Por fim, será que estas perguntas são para psicólogos ou para sociológos?
Os autores e pesquisadores são, uns, mais peritos na influência das pessoas no meio, de dentro para fora. Outros, falam melhor sobre a influência do meio nas pessoas, de fora para dentro.
Que seja. Agora, cada um, que se torne perito na sua influência individual...
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